segunda-feira, 1 de fevereiro de 2021

"TITANIC" E A LUTA DE CLASSES

Por Clarisse da Costa (Biguaçu, SC)

Ao assistirmos o [filme] "Titanic" vemos muitas situações que se formos reparar são bem atuais. O pobre que não podia se misturar ao rico, ficava sempre na terceira classe. Se estivesse bem vestido era um bom cavalheiro e uma boa dama. A roupa e o dinheiro eram status, não importava o caráter da pessoa. Se você levar isso para um relacionamento entre homem e mulher o que conta na maioria das vezes é o corpo perfeito. A moça mais bonita é a que está usando um bom decote.

As mulheres da área nobre não podiam contrariar os homens ou sequer abrir a boca para expor suas opiniões, isso era falta de educação. — Olha os bons modos minha filha. — Diziam as velhas senhoras. Ela tinha que estar impecável nas vestimentas e sentar corretamente.

Quando os homens iam conversar as mulheres não podiam fazer parte das conversas, para elas só cabiam o trivial, coisas de moças como diziam mães e tias.

A sociedade era feita por homens e para homens.  Muitas dessas mulheres eram prometidas à homens ricos para que a família não perdesse o pouco que tinham. Quem era rico tinha medo de ser pobreza, então faziam de tudo custo que custar para que isso não acontecesse.

E se você tiver um olhar mais profundo verá que todos são brancos. O negro sequer tinha a oportunidade de desfrutar um pouco dessa vida cheia de luxo.

Clarisse da Costa é cronista e militante do movimento negro, em Biguaçu, SC. 

Contato: clarissedacosta81@gmail.com

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