Por Clarisse Cristal (Balneário Camboriú, SC)
Para a poetisa Fabiane Braga Lima
‘’Mas, quem são as outras pessoas afinal de contas?
Nada! São simplesmente nada mais para o além
De nanopartículas etéreas, alheias a nós mesmos,
Gravitando cegamente e perdidamente,
Nas nossas subsistências,
Pós-modernas, liquefeitas e vazias...’’
Adérito Muteia
Em desconformidades
Com o tempo presente
Componho os meus notívagos
E sonolentos textos pós-modernos
Na enferrujada
máquina de escrever
***
Em desalinho completo
Com o tempo em que vivo
Tenho o hábito de andar sozinha
Em florias violetas horas soturnas
***
Em desacordo absoluto
Com a pós-modernidade fluída
Peguei emprestada
A velha máquina de escrever
De papai, sem ele o
saber
E onde escrevo
A minha imagética
verve maldita
***
Em desequilíbrio completo
Do meio social em que vivencio
Não vou mais fazer a Gestalt-terapia
Demiti o meu teuto analista
***
Em discordância de onde convivo
Vou percorrer a orla oceânica
Em plena luz do dia
Com a minhas vestes negras
Eu a naufragada monárquica
Desterrada que sou
Clarisse Cristal é poetisa e bibliotecária em Balneário
Camboriú, Santa Catarina
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