Por Clarisse da Costa (Biguaçu, SC)
África: Prosperidade e Riqueza
Vamos conhecer de uma visão diferente a real história dos
povos negros e indígenas. Para começar vamos até a África, uma África que
talvez você não conheça, próspera e rica.
Eu vou mostrar como os livros de histórias trazem a visão
distorcida sobre a escravidão e sobre os negros africanos. A escravidão negra é
apresentada como a ideia de que os africanos eram um povo pacífico, um pouco
desenvolvido e nada contestador. Totalmente longe do real.
Como qualquer outro povo eles tinham uma cultura, uma
organização política e econômica. Tudo isso bem próspero e desenvolvido, o que
nunca foi enaltecido.
Antes da chegada dos europeus, na África, os africanos viviam
uma vida diferente daquela que todos nós conhecemos. Viviam em tribos bem
organizadas, sabiam ler e escrever. E muito antes de outros povos já praticavam
o comércio a longas distâncias. O produto mais exportado entre tantos
comercializados foi o ouro de Gana. Este comprado pelos egípcios antigos.
Neste período de prosperidade e riqueza vivia um Príncipe chamado
Aluarki. Aluarki era filho do rei Jabu Anali. Dono do maior comércio na tribo
de Yorubá. Lá como quase toda parte da África, o povo era monoteísta. Cultuavam
um único Deus. Em Yorubá o Deus era Olorum. Ali o Príncipe vivia em fartura e
diante de um povo que dominava bem o sistema matemático para contabilizar as
suas mercadorias comercializadas.
Os africanos, nada do que sempre foi nos apresentados eram
bons conhecedores das técnicas de fundição de ferro e além do mais tinham
conhecimentos sobre astronomia. Não o bastante, seus conhecimentos como a
literatura estendia-se à medicina natural, bem como às artes. Nas artes seus
conhecimentos, melhor dizendo ‘’dons’’ eram na pintura, artesanato e música.
A arte africana, como toda arte negra, não só representa como
retrata os usos e costumes das tribos africanas. Muitos objetos de arte são
funcionais e expressam fecunda sensibilidade.
Tanto nas pinturas, como também nas esculturas, é forte a
presença da figura humana. A figura humana na arte negra identifica a
preocupação com valores étnicos, morais e religiosos.
E foi nas artes que Aluarki conheceu Safira Naal. Uma
jovem de sorriso largo e de família simples, que adorava cantar enquanto fazia
seus colares africanos.
Seus colares eram os mais bonitos de toda região, tinham um
colorido harmonioso que encantava as mulheres de toda a tribo. O lucro que
conseguia com a venda dos colares era o suficiente para manter a sua família,
incluindo até seus sobrinhos.
Na África o sistema político e administrativo se destacava. O
seu território era organizado em diversos reinos. Para se ter uma ideia, oito
deles eram os mais estruturados e ricos. Como exemplo, Kongo, Ndongo, Songhay e
Mossi. Nesses reinos que acabo de citar existia uma hierarquia por um grupo de
anciãos ao qual desenvolviam as leis e regiam o poder dos reinos.
Kongo era o reino que mais se destacava. Hoje atual Republica
Democrática do Congo, no século XV era formado por aproximadamente três milhões
de pessoas. Economicamente próspero, tinham um grande exército. Este era
comandado por ‘’manikongos’’, um termo muito usado para designar o governante
do reino. O seu significado era ‘’senhor do kongo’’.
Os habitantes do Kongo viviam em Clãs e principalmente na
prática da agricultura e do comércio de tecidos. Outras matérias, sal, metais e
marfim, eram feitos à base de trocas.
Os impostos pagos eram feitos ao manikongo com a finalidade
de proteção contra ataques de outras tribos. E não somente isso, também para
que mantivessem a sua segurança espiritual.
Em súmula, o governador do reino era tido como o mediador
entre o mundo terrestre e o mundo espiritual, pelos africanos. O lado
espiritual é um campo misterioso, uma indagação até hoje para os
cientistas.
Ndongo
pertencia ao território do Kongo, localizado no território que atualmente é
a Angola. Mas devido a inúmeras
disputas, lideradas pelo Rei Ngola. Como se percebe, esse nome originou o termo
‘’Angola’’ e com a ajuda dos portugueses, após aportarem à África, conseguiram
a tão sonhada conquista. A sua independência e o fim dos pagamentos de impostos
aos manikongos era uma realidade. O seu império destacava-se em comercializar
ferro e sal.
Financeiramente
próspero, Songhay era estabelecido em Mali. E sua prosperidade era devido às
relações comerciais que mantinha com os árabes. O sustento dos habitantes
era por meio da criação de rebanhos de animais. E como religião os habitantes
seguiam o islamismo, uma crença monoteísta. Como bem sabemos é o culto a um
único Deus. Esta religião é fundamentada no Alcorão. Este fora revelado e
escrito pelo Profeta Maomé.
Já o povo Mossi
existe até hoje, estima-se que são cerca de quatro milhões de pessoas. Este
reino fazia parte da atual região de Burkina Faso. Sua fama deu-se por sua
prosperidade econômica e seus soldados considerados implacáveis de toda a África.
Seu
desenvolvimento era a base da agricultura e do comércio. O povo da região de
Mossi, diferente dos outros, seguiam a religião animista. Esta religião crê que
os seres humanos, os animais, as plantas e rochas são compostos de alma, ou
seja, espíritos.
Clarisse da Costa é cronista e poetisa em Biguaçu, Santa
Catarina.
Contato: clarissedacosta81@gmail.com
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