terça-feira, 1 de outubro de 2024

JANELAS DA VIDA

Por Elisa Augusta de Andrade Farina* (Teófilo Otoni, MG)

Janelas sempre foram para mim possibilidade de liberdade e pontos de observação. Gosto de me colocar num lugar outro para olhar o mundo e as pessoas.

Quanta novidade se pode aprender quando você deixa seus olhos dormitando na caixinha dos segredos, procurando ver as pessoas com um olhar de entendimento, numa troca de (in)segurança e até de humildade. No átimo de troca, você descobre que não é melhor do que ninguém e a gratidão invade todo o seu ser.

As janelas fecham-se e abrem-se na objetividade a que foram constituídas. Diz o adágio popular: “quando uma janela se fecha, outras se abrem”.

É preciso abrir janelas, muitas delas! A vida oferece muito mais aos que aprendem a sair de si mesmos e se arriscam na direção dos outros, numa mão única de desejos e concretude.

Abrir as janelas é, também, expandir fronteiras, aprender novas vivências, degustar outros sabores e vencer os obstáculos. E debruçada nas janelas da vida, permaneço sobrevoando, desejando um dia ser e muito ver.

A vida sempre me ensinou como eu poderia ser forte, mas exigiu de mim atitudes mais potentes em momentos em que acreditei que só existia fraqueza no meu viver. Com o tempo aprendi a escutar o que o meu silêncio tinha o que me dizer — certifiquei-me que ele diz muita coisa. Aprendi a reconhecer o que é de verdade, principalmente os sentimentos. Aprendi também a fazer as pazes com o que não foi necessariamente uma perda. E o mais magnifico: que viver é um ciclo eterno de recomeços e que a melhor universidade é a felicidade de viver.

Assim, vou abrindo janelas, recolhendo conhecimentos e alegria de viver de forma solidária, coesa e cônscia dos que têm certeza do que querem e precisam para recolher momentos indeléveis e mágicos na grande vereda chamada vida.

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* Elisa Augusta de Andrade Farina é escritora, presidente da Academia de Letras de Teófilo Otoni e integrante da turma Manoel de Barros, da Vivência Novos Autores, Árvore das Letras

 

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