Por Humberto Pinho da Silva (Porto, Portugal)
Um grupo de admiradores do
genial escritor, Eça de Queiroz, quis homenageá-lo – transladando os restos
mortais, do escritor, para o Panteão.
Esqueceram-se, porém, que a
obra do maior estilista da língua portuguesa, pertence à nação, mas os restos
mortais – já que não indicou local onde queria ser sepultado, – não são do
Estado nem da Povoa do Varzim, onde nasceu, mas à família.
Criou-se, então, acesa
polémica, entre os descendentes de Eça, e o grupo de admiradores, que nas
melhores intenções – penso eu, – quiseram homenagear o escritor, que há quatro
décadas repousa, o sono eterno, em Santa Cruz do Douro. Polémica, que a imprensa nacional parece
não lhe dar o devido valor, já que raras são as referencias, ao assunto.
Não comento quem tem ou não
razão, mas limito-me a levar a matéria, ao conhecimento do atento leitor:
António Eça de Queiroz foi o
primeiro a opor-se à trasladação, por considerar:"Ser uma farsa
politica negociada entre " amigos" pois o ridículo
"“processo" de trasladação dos restos mortais de Eça para o Panteão
Nacional é, além duma parolada de pretensiosos, um insulto à memória das
pessoas que há mais de três décadas tudo fizeram para que Eça descanse em paz
junto da sua filha mais velha no cemitério de Santa Cruz do Douro. Com o acordo
das netas, ainda vivas." - Texto publicado no: Jornal de
Baião", de 7/7/2021.
Mais adiante, escrito com o
entusiasmo e energia, característica peculiar do antepassado, António Eça de
Queiroz, continua:
" Definitivamente o
termo " Descansa em Paz" parece hoje apenas um pró-forma
semi-piedoso, mas sem qualquer valor real: basta o Estado querer que já não
descansa. (...) A Fundação Eça de Queiroz, que não é proprietária do cadáver
nem pode ser, avançou com este processo através das suas canalizações
políticas, sem dar explicação a ninguém.
" A mim e aos
restantes familiares, que somos contra este espectáculo macabro, só nos resta
apoiar quem desde sempre foi contra a remoção dos restos mortais do escritor
Eça de Queiroz. “- idem: “Jornal de
Baião” 7/7/2021.
(Continua)
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