Por Paccelli José Maracci Zahler, PhI, ALB/DF
A Academia de
Letras do Brasil – ALB está comemorando 16 anos de fundação. Trata-se da
Primeira Academia Mundial da Ordem de Platão, uma organização litero-cultural
internacional politicamente ativa, com o objetivo de reconhecer e representar a
cultura de todos os municípios do Brasil, congregando o pensamento criativo
nacional por meio de escritores, cientistas e ativistas culturais.
Para
entendermos seu significado, precisamos voltar no tempo, por volta de 384/383
a. C., quando o filósofo grego Platão fundou uma escola, posteriormente
conhecida como Academia, nos arredores de Atenas, Grécia.
Durante muito
tempo, pensou-se que a Academia era uma associação religiosa, pois as leis do
Estado ateniense não previam um estabelecimento de ensino como o que Platão
queria construir. Assim, a única forma de ter o reconhecimento jurídico e legal
era registrar sua Academia como uma comunidade consagrada ao culto das Musas.
A Academia
procurava fugir dos métodos tradicionais de ensino da época. Isso incluía buscar
respostas para os problemas existenciais da sociedade; desenvolver novos campos
de pesquisa; estudar matemática, filosofia e outros estudos considerados
relevantes para a formação de homens de Estado, sem cobrar mensalidades de seus
membros; e possuía um regulamento interno que previa a sua continuidade após
morte do seu fundador.
Assim, após a
morte de Platão, a Academia foi conduzida por Espeusipo (347–339 a.C.),
Xenócrates (339–314 a.C.), Polemo (314–269 a.C.), Crates (c. 269–266 a.C.),
Arcesilau (c. 266-241 a.C.), Lácides de Cirene (241-215 a.C.), Evandro e
Télecles (205 - c 165 a.C.) e depois Hegésino (c. 160 a.C.). Continuou sob a
direção de Carneades (155 a.C.), Clitômaco (129 - c 110 a.C.) e Filon de
Larissa (cerca 110-84 a.C.), este
considerado o “último platônico geograficamente ligado à Academia” pois, com a
eclosão da Primeira Guerra Mitridática, em 88 a.C., deixou Atenas e refugiou-se
em Roma, onde permaneceu até sua morte.
Alguns filósofos
continuaram a ensinar o platonismo em Atenas durante a Era Romana. Contudo,
somente no início do século V (c. 410) é que uma Academia renovada foi
estabelecida. O filósofo Proclo chegou a Atenas, cerca de 430 d. C., e
associou-se a Plutarco de Atenas e seu colega Siriano para ensinar na Academia. Como se autodenominassem
"sucessores" de Platão e se apresentassem como sendo a tradição ininterrupta
desde Platão, foram chamados Neoplatonistas.
A Academia
Neoplatônica atingiu seu ápice sob a liderança de Proclo (que morreu em 485
d.C.) e foi fechada pelo imperador Justiniano I, em 529 d.C.
O último
acadêmico foi Damáscio (morto em 540 d.C.), enquanto os demais membros buscaram
proteção na Pérsia, levando com eles preciosos papiros de literatura, filosofia
e ciência.
Alguns especulam que a Academia não tenha
desaparecido por completo.
Cerca de 1.500
anos depois, mais especificamente em 01 de janeiro de 2001, foi efetivada a
refundação da Academia de Platão, em Boa Vista, Roraima, pelas mãos do Prof.
Dr. Mário Carabajal Lopes, PhI, com o objetivo de resgatar a linha de estudos
platônicos para promover a cultura, a arte e servir como fórum de discussão dos
problemas brasileiros e apresentação de soluções por meio de estudos e
pesquisas. Esta é a razão pela qual consta em seu Estatuto tratar-se de uma
Organização de iniciativa privada, utilidade pública, social, internacional,
sem fins lucrativos, politicamente ativa.
Nela, não há distinção étnica, religiosa e social, para propiciar a
integração dos indivíduos em conhecimento através da pesquisa, formação e
aglutinação de pensadores e escritores,
cientistas, metafísicos e literatos.
Notam-se aqui
elementos da ética platônica, na qual, tendo por base o Bem e a Razão, busca-se
alcançar os valores verdadeiros e as virtudes com o objetivo de melhorar a
sociedade e, consequentemente, viabilizar o Brasil como nação justa. Daí, a
paradigmaximização das Leis Naturais, que nada mais é que a geração de
conhecimento e busca de soluções utilizando a melhor estratégia e expertise
para o bem do próximo e a disseminação da cultura por meio do ensino, dos
livros e das artes.
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