quinta-feira, 2 de maio de 2019

POETA EM NEGRO NA NEGRA DOR

Por Samuel da Costa (Itajaí, SC)
                                                                                                                  Para Aristides de Souza Maia

Minha pena não tem cor
Cor tenho eu...
Minha dor não tem cor!
Minha arte não tem cor
Tem dor
A minha poesia não tem cor
Tem dor... 
***
O meu versejar
Muitas das vezes não tem rima
***
Minha poesia não é negra!
Como a cor da minha pele!
Minha arte não tem rima…
***
Sou eu que preencho!
A cor branca do papel...
Com a negra tinta!
Que tem a cor da minha pele!
Negra tinta que eu preencho
As páginas em branco...
De negra dor africana
Afro-americana...
Dor afro-brasileira!
Na pós-escravidão...
No pós-modernismo!
***
Minha arte não tem cor
Cor tenho eu...
Cor da noite
Cor de ébano
Dor negra...
A flor da pele
Negra flor...
Negra dor
Flor africana
Que nasceu no velho mundo
Mundo negro...
  Que tem o tom da minha pele
Negra arte
Arte negra...profana!
Que tem origem no velho mundo
Mundo negro!
Minha não é negra
***
Negro sou eu...
Tenho a cor da noite
Que em negros prantos
Negras lágrimas de dor
Dor africana...
Afro-brasileira


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