Por Clarisse da Costa (Biguaçu, SC)
No Silêncio dos Mortais
O homem caminha
No silêncio dos mortais
Na sua tórrida liberdade,
Entre mortos
A espera de sua sentença;
À baixo de seus pés
Sangue derramado
E colunas de pedras
Sem janelas
Onde seriam sua morada;
Aprisionado em si mesmo,
Homem contra homem,
Não vê cores alegres
Apenas uma realidade
Em tons de preto, cinza e marrom;
Década de 40
É a sua sentença,
Uma guerra sem sentido!
Ela, o
tempo e a vida
Ela
deixou
O
tempo te conduzir.
Diminuiu
os passos,
Foi
devagar
Olhando
cada detalhe da vida.
Ela
viu borboletas amarelas
Na
flor de hibisco.
Sentiu
a brisa do vento
E
sobre a luz do sol
Dançou
Sem se
importar
Com a
perfeição
De
cada movimento.
Ela só
quis
E se
permitiu
A conviver com a dor.
Saudades
de ti
Dentro
de uma caixa,
Onde o
vazio da saudade
Guarda
lembranças de ti
Tem o
seu sorriso mágico.
Eu me
lembro bem
Do teu
olhar
De
menina
E
desse jeito simples
De
abraçar.
A vida
no teu abraço
Sempre
foi o gesto fraterno
De quem sabia amar.
Prisioneiro
Não sei bem, mas acho que falta o discernimento
das pessoas nas coisas.
Certa
vez vi um homem que morava numa simplicidade tamanha, um lugar no meio do nada
para nós mortais materialistas, mostrou a sua vida e falou sobre a liberdade.
O homem disse que, "aqui não tenho
trânsito, não tenho barulho", e
entre tantas coisas terminou dizendo "eu sou livre".
E eu lhe pergunto: - Você é livre? Não. Você é
preso ao sistema e digo mais, prisioneiro do seu próprio celular.
Sua
alma deixa de viver.
Na verdade, você fica em transe. Estático. E na
boa parte da sua vida esquece de ter alguma atitude. Já parou para pensar
quantas chances você já perdeu só digitando, enchendo sua vida de status e
frases prontas?
Já paquerou com olhar hoje? Não digo admirar a
beleza estática numa fotografia, mas sim vida real, olho no olho. Os segundos e
minutos são contados todos os dias. Mas a vida passa uma vez só e não perdoa.
Clarisse
da Costa é cronista e poetisa afro-brasileira de Biguaçu SC
Contato:
clarissedacosta81@gmail.com
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