Por Clarisse da Costa (Biguaçu, SC)
Crônica: É sobre aproveitar os momentos
Que fim levou as rosas no dia dos namorados?
Que fim levou o abraço sem razões para abraçar? Onde foram parar todas as
cartas de amor?
Cadê
aquela vontade de ficar e deixar um pingo de saudade? Os dias passam e fica uma
incerteza.
A janela se espelha no chão com a luminosidade
do sol. O passarinho pela manhã fica escondido entre as folhas do pé de
hibisco. Na gaveta os livros amarelados
trazem histórias interessantes que falam um pouco da vida, a vida com nuances e
sensações.
Eu parei para ler o livro "Marley e
Eu" e comecei a dar risadas. Um cotidiano pacato e divertido! Nem se
percebe as horas passarem com este livro.
Mas
para que pressa? Às vezes é necessário desacelerar a vida.
Como diz a canção "não é sobre ter todas as pessoas do mundo pra si". É sobre aproveitar cada momento, buscar novos sonhos e sonhar. Ver os passos da incerteza chegando em algum lugar por acreditar que é possível. É viver. Viver o nascer do sol. Viver o florescer das flores. Viver o aconchego de um afago. Viver todos os momentos da vida.
(do
livro “Crônicas do Tempo”)
Nuances
A
vida tem nuances.
É
possível ver suas cores
Em
cada retrato,
Cada
folha, flores
E
momentos.
Até
o seu corpo têm
As
nuances da vida.
Dá
para escrever
Em
cada traço da sua pele
Uma
poesia, ou até mesmo
Uma
carta
Onde
revela-se sentimentos,
Que
não fogem da realidade.
Onde
o teu sorriso
Me
dá motivos
Para
continuar.
Aliás,
o teu sorriso
É
o meu riso
Sobre
a luz do sol,
Alegria
que me remete
A
sonhos lindos
E
me traz a vontade
De
ficar
No
brilho dos teus olhos,
No
afago do teu abraço,
Na saudade de ser aquele amor.
(do livro “Oceanos”)
Conto:
Um Grande Escritor
Ele tão novo tinha sonhos gigantescos. Humilde,
morava numa casa de pau a pique junto com sua mãe e seus três irmãos. Com um
lápis na mão e um simples caderninho escreveu vários versinhos. Seria o seu
primeiro livro. Mal sabia ele que tinha o mundo das palavras em suas mãos.
Com tão pouco estudo, saiu lendo seus versos
pela rua sem pretensão alguma. Voltando
para casa viu sua mãe em prantos, pois não tinha o que dar de comer para os
seus filhos.
O menino voltou para as ruas e saiu oferecendo
os seus versos por um valor em dinheiro. Por vinte reais um senhor comprou o
seu caderninho e chegando em casa deu para a mãe aquele dinheiro. A mãe foi no
mercadinho e comprou o que dava. E neste dia ela pode ver o sorriso dos seus
filhos depois de comerem algo. O menino escritor aprendeu que poderia ir além
com as palavras e o conhecimento.
Toda
Nua
Despi-me
De
todas as amarras
Da
timidez,
Dos
padrões
Do
corpo perfeito;
E
inteira,
Sem
pensar em mais nada,
Numa
noite estrondosa
Pensando
em você
Abusei
da minha ousadia;
Olhei
o meu corpo despido
Senti
o frisson do meu desejo.
Dava
pra ver diante do espelho
A
intensidade da mulher
Que
havia dentro de mim.
Entregue
aos desejos carnais
Te
quis na minha carne
Provando
tudo que
Eu
podia te dar.
Nua
No
meu lençol de prazer
Deixei
o perfume do êxtase
Exalar pelo quarto.
(do
livro “Nua e Crua”)
Sigo
em frente
Enquanto
você sente
As
minhas mudanças
Eu
vou vivendo.
Porque
têm muitas flores
Para
eu cheirar;
Muitos
motivos para eu sorrir;
Muitos
sonhos para eu sonhar.
A
vida é para além de
Muitos
muros
Que
o ser humano constrói.
Não
se limita a mulher
A
vida do homem.
A
mulher nasceu
Para ser livre.
(do
livro “Oceanos”)
Clarisse
da Costa é cronista e poetisa em Biguaçu Santa Catarina.
Contato:
clarissedacosta81@gmail.com
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