Por Clarisse da Costa (Biguaçu, SC)
Você é
o meu desejo
Esse
amor que me consome
Quer
você para junto de mim.
Por um
instante
De um
olhar intenso,
Gargalhadas
pela madrugada,
O
toque das mãos
Pela
manhã…
Eu
faço tudo...
Eu te
espero de corpo quente,
Inteira,
envolvente…
Beijar
a sua boca
É tudo
que eu mais desejo,
Preciso
sentir seus sabores
E o perfume do seu corpo.
( do livro “Nua e Crua”)
Sozinha
no quarto
Teve
dias que me vi ali
Pensando
Nesse
ser que,
Até
então era surreal.
Entre
expectativas, sonhos
E
desejos
O
corpo ousava sentir
A
excitação de ser desejado.
Você
veio
Com
esse jeito manso
Me
despindo
Com as
suas palavras
E me
colocando
Para
dentro dos seus olhos.
Eu me
senti única.
Eu
podia sentir seus instintos
Mesmo
que tão distante,
Nossos
corpos davam
Todos os sinais.
(do livro
“Nua e Crua”)
Crônica:
Deixa Acontecer
Todo ser humano tem reticências dentro de si.
Muitas coisas às vezes inacabadas que precisam de um ponto final. Não podemos
ficar presos no tempo. Nós temos que seguir. O relógio mesmo só para quando a
pilha acaba. E o ser humano acaba em si mesmo quando se deixa vencer pela
desistência.
E
não percebemos que a vida segue o seu percurso e não será as fotografias que
nos dará vida. Até mesmo porque as fotografias envelhecem. As traças acabam
roendo.
Você pode fotografar o melhor sorriso e fingir
uma felicidade que talvez você tenha deixado escapar. Nem venha falar do acaso,
porque as coisas acontecem por consequência de nossas escolhas. Uma flor não nasce por acaso no seu quintal,
ou você plantou, ou alguém plantou para você. Pode ser mesmo por um passarinho
que espalhou a sua semente.
A vida é das coisas que a gente faz. Ontem eu dancei sem me importar com as dores na sola do pé, deixei a música da vida me conduzir. É assim que deveria ser. Acordar, sentir o sol no rosto, não esperar por nada e sim deixar que simplesmente aconteça.
(do livro
“Crônicas do Tempo”)
O caos
e o ser humano
Como vai? - Será que não é a hora de perguntar
se precisa de ajuda?
Porque
a gente sempre vai estar bem. Quem vai dizer o contrário? Até mesmo porque
sempre queremos apagar o caos que há dentro da gente, do universo que se forma
nessa vida de seres cheios de si mesmo.
Alguns caminham sem a certeza de tudo e nem se
importam com os outros. É tanto desinteresse que o amor se tornou palavras
rabiscadas em mensagens instantâneas no celular, o que antes era feito em
papéis. E quando tudo se torna real? Quando o ser humano encara a realidade e
deixa de fingir o que não é. Porque a vida acontece da forma que tem que ser.
O amor que às vezes se perde na solidão… A
chuva fina escorrendo pela janela... A flor que não floresce no tempo certo… O
andar apressado que nem os pés sentem a areia fina entre os dedos…
A morte que chega sem aviso. Como se fosse possível isso. A gente nem consegue encarar a sua existência. Bem que o ser humano queria que ela mandasse aviso. Mas o que a gente poderia fazer? Só nos cabe viver cada instante da vida.
(do livro
“Crônicas do Tempo”)
Clarisse da Costa é cronista e
poetisa em Biguaçu, SC.
Contato: clarissedacosta81@gmail.com
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