quarta-feira, 1 de setembro de 2021

FILHOS DA PANDEMIA

Por Marcelo de Oliveira Souza (Salvador, BA) 

 

De repente explode a contaminação...

Vem uma grande correria,

Uns dizem que foi proposital,

Uma doença que não é normal.

 

Ela põe o pé no Brasil,

Numa comoção que nunca se viu...

O medo vira pânico, muita gente partiu...

 

O tempo passa, chegando o verão,

Nas ondas o povo surfa

Sem nenhuma, consideração.

 

As festas pipocam até no lar

Amigos, amantes, em todo lugar...

Estarrecido pergunto

Se esse é  o momento...

Vamos nos conscientizar!

 

A miséria assola,

O desespero vem na cola,

Mas o povo comemora

Nas festas e praias,

Inconsciência, decola.

 

Amigos, amantes fora de hora,

O mundo gira de outra forma,

Amantes, morrem agora,

Ou têm os Filhos da Pandemia sem hora.

 

Em meio ao desespero funéreo,

Tem o desespero do parto,

Na agonia da pandemia,

Grita  mais uma  mãe, de dia

E mais uma filha na noite da agonia...

 

Uns nascem dessa guerra

Outros morrem

Beijam a terra,

Esse triste saldo encerra

Nas facetas insensíveis

Desse povo que erra...

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