sexta-feira, 1 de dezembro de 2017

POESIA NA ÁRVORE

Por Samuel da Costa (Itajaí, SC)

Eu prefiro frases feitas...
Adoro lê-las...
E pensar que elas são minhas!
***
Dizer: - Vou te amar para todo o sempre!
Usando velhos clichés.
***
Finjo ser poeta!
Às vezes contista...
Nessas horas uso antigos clichés.
Porque dizer: - Eu te amo!
Não é dizer bom dia.
***
Escuto velhas músicas!
E chego a pensar que a dor.
 É realmente minha.
Mas não é!!!
***
Penso em ser prosador...
Para voltar para a minha infância!
Onde corro de novo.
 Entre becos e vielas...
De braços bem abertos!
***
Mas volta para o tempo presente...
 Mais-que-perfeito!
Onde finjo ser o aedo...
Na pós-modernidade líquida!
A ignorar regras, rimas e métricas...
A desdenhar de antigas elegias!
Todas as fórmulas arcaicas...
Prontas e acabadas.
Desusadas formas de amar musas,
Virgens intocadas e santas vaporosas...
***
Finjo ser versejador...
Nos tempos modernos!
E em meus versos!
Sinto que não fostes embora...
Estás perdida entre os meus versos...
Mais profanos...
No estro meu...
Finjo que não te perdi,
Para todo o sempre!
***
Às vezes leio antigas poesias.
Mas só às vezes!
E penso que são meus...
Aqueles idílios de saudade...
***
Nessa hora eu gostaria...
De ser um poeta de verdade.
Para pensar que não a perdi!
Para todo o sempre...
***
Imortalizar-te-ia...
Minha sacrossanta musa,
 Em meus versos mais profanos!
***
Às vezes penso ser poeta!
Na pós-modernidade liquefeita!
A usar velhos clichés!
Para poder ousar dizer:
  ˗Te amo, não é bom dia!

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