Enquanto a carne assava na brasa
Daquele fogo de chão,
A chaleira chamuscada chiava
Com a água quente do chimarrão.
Quatro peões cansados
Da lida de um longo dia,
Sentados ao redor da fogueira,
Chimarreavam, charlavam,
Davam risadas faceiras.
E contavam histórias,
Umas felizes, outras tristes,
De morte e assombração,
Dos campos daquela estância,
Testemunhas de lutas e revolução.
Os tempos eram outros,
As dificuldades imensas.
Tudo era improvisado
E feito à braço e mão.
Só a cada quinzena ou mês
Era possível receber
Mais mantimentos do patrão.
A carne assando, a gordura escorrendo,
A algaravia dos quatro peões,
O céu estrelado, a lua cheia,
O chimarrão passando de mão em mão,
O sono chegando com mansidão...
O vento frio da Campanha
Levando e trazendo lembranças
Para aqueles corpos cansados,
Abrigados ali no chão.
Bravo!
ResponderExcluirAbraços.