quarta-feira, 30 de setembro de 2020

O BRASIL NÃO TEM POVO:

 Por Clarisse da Costa (Biguaçu, SC)

Penso que o escritor Afonso Henriques de Lima Barreto, ou simplesmente Lima Barreto, não fazia ideia de como o Brasil seria um grande espetáculo cheio de público em pleno século XXI, com tantas modernidades e acesso ao conhecimento. Se naquele período ele tinha a certeza de que o Brasil não tem povo e sim público o que ele diria do nosso país hoje? O escritor nasceu no Rio de Janeiro em 13 de maio de 1881 e ali faleceu no dia 1 de novembro de 1922.

Hoje talvez dissesse novamente: "O Brasil não tem povo, tem público. Povo luta por seus direitos, público só assiste de camarote". Levando em conta o que disse o cronista carioca Lima Barreto na sua existência passo a crer que o nosso país é mesmo uma peça de teatro bem ensaiada com um grande público à prestigiar. Parece que as coisas andam por aqui quando alguém resolve lutar. Mas uma luta solitária muitas vezes não chega tão longe.

Um tempo atrás calar-se era sinônimo de medo, na minha opinião é sinônimo de comodismo. Se aquela pessoa está habituada a vida que tem talvez ela deixe de fazer algo a mais. Na sua percepção, se não está tão ruim pior não ficará.

E onde entra os nossos direitos nesse contexto? Vejamos... Quem não luta não sonha. Obviamente deixando de lutar não vai correr atrás de seus direitos e melhorias na sua vida. Ou seja, será apenas mais uma pessoa no camarote.

Clarisse da Costa é cronista e poetisa em Biguaçu, SC

Contato: clarissedacosta81@gmail.com

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