Por Clarisse da Costa (Biguaçu, SC)
Numa conversa entre malucos, o que para mim
eram dois sábios, um deles dizia: — Nem eu entendo. E dá para entender esse
caos humano? O mundo parece pequeno diante da arrogância de muitos.
A verdade é que algumas pessoas são uma farsa e
definem outras pessoas por um sorriso, por uma lágrima, por uma atitude, mas
não há quem conheça a fundo uma pessoa, o começo das histórias e o final de
cada uma delas.
Por vezes muitos falam de amor com tanta
exatidão, como se ele tivesse uma cartilha a ser decorada. E no fundo o amor
não precisa disso, nem as pessoas. Basta querer entender as coisas e ter um
pingo de amor, mas para saber amar você tem que amar em espírito não pela
carne.
E não se culpe por não ter dado certo, a vida é
para a gente quebrar a cara mesmo, nem sempre tudo será flores ou um belo
romance como o de Hazel Grace e Augustus. Ah tá, esqueci, ele morre no final!
Só que você precisa entender que o amor não morre, nem o tempo.
O tempo é eterno. Você pode até dizer que não
acredita nisso, mas no fundo você deseja que todas as coisas boas nessa vida
sejam eternas. Porém a vida é um ciclo entre o que vive, morre, nasce e
reconstrói.
Você pode dizer que estou falando essas coisas
porque eu sou escritora, mas lhe digo, estou falando isso porque eu acredito.
Afinal de contas eu tenho que acreditar em alguma coisa. Acho que todo ser humano
deve acreditar em alguma coisa até mesmo na sua própria pessoa, porque se não
acreditar que sentido terá a vida. Se a gente parar para pensar, alguns de nós
são movidos por nossas crenças.
Hazel Grace acreditava que o esquecimento era
inevitável. Ela quis dizer que uma hora a gente será esquecido, muitos outros
virão depois, depois de nós. E tem um pingo de verdade nisso, alguns de nós já
são esquecidos na velhice, ser esquecido após a morte é inevitável. A vida é
uma passagem.
Pegue um livro, ouça uma boa música, beije na
boca, faça tudo que tiver que fazer se quiser ser lembrado, que seja fazendo
algo. Porque não dá para viver uma vida inteira se protegendo dos sofrimentos,
das perdas, dos fracassos, dos erros, dos desamores e dos enganos. O melhor a
se fazer é viver, se colocar em primeiro lugar.
Clarisse
da Costa é cronista, poetisa e designer gráfico em Biguaçu, SC.
Contato:
clarissedacosta81@gmail.com
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