Por Dias Campos (São Paulo, SP)
Se
com Viagens na minha terra, Almeida
Garrett talvez tenha escrito o romance mais importante do Romantismo português,
esta sua afirmação foi, de certo, o pensamento mais sublime que ele um dia
ousou conceber – “A mãe é a mais bela obra de Deus.”
E
como tudo em Deus é perfeição absoluta, outro não poderia ser o resultado da
Sua soberana vontade, qual seja, a mãe representa o exemplo máximo de
amor-abnegação.
Mas
se esse sentimento é incomensurável, e não há quem dele discorde, nem por isso
o amor de filho seria de pouca monta. E tanto isso é verdade que a
norte-americana Anna Maria Jarvis pelejou pela institucionalização de uma data
que enaltecesse a memória de sua mãe, bem como a de todas as mães, o que fez com
que fosse considerada a idealizadora do Dia das Mães.
E seja nas terras do Tio
Sam, seja nas do nosso Brasil, esse dia glorioso é comemorado no segundo
domingo do mês de maio.
É
claro que o comércio soube muito bem aproveitar essa oportunidade, que, como
sabemos, é a mais lucrativa depois do Natal.
Mas
isso é irrelevante. Afinal, qual filho se recusaria a comprar um mimo para sua
mãe, mesmo que se autodenominasse o inimigo número um do consumismo?
Seja
como for, além do presente, que julgo indispensável, o que de fato deixa radiante
uma mãe é a visita, o contato, o tempo que estiver ao lado do filho. Não por
isso que o almoço do Dia das Mães é como que sagrado!
Mas,
e quando os filhos já estão casados? Por óbvio que as sogras não têm uma mais
direito que a outra.
Ora, isso é simples de
resolver. Em um ano, o casal almoça com uma mãe e janta com a outra. E no ano
seguinte, o inverso.
No entanto, bem sabemos que o
Dia das Mães se acinzenta quando a homenageada já partiu para o outro plano. E
se enegrece quando ela sobrevive ao filho, sobretudo se ele era único.
Nesses casos, é muito comum
que um e outro digam para si que não têm mais o que comemorar.
Com efeito, a dor deve ser
lancinante; e respeitabilíssima.
Mas se concordo que a
comemoração perde o seu brilho, quero apontar uma esperança radiante, que
batizei Noite do Reencontro.
E para que este reencontro se
concretize, basta nos fiemos no que ensina a farta literatura, que vem a
explicar o fenômeno natural da emancipação da alma durante o sono.
Sendo assim, na noite
anterior ao Dia das Mães, não deixe de elevar o pensamento a Deus antes de
dormir. E, seja com auxílio da oração formal, seja por meio de um simples
bate-papo, mas com humildade, sinceridade e fé ardente, peça a Ele para que
seja possível a vocês se reencontrarem, mesmo que por um curto período.
E se ao acordar você se
perceber em um estado de inexplicável bem-estar, tenha a certeza, amigo leitor,
de que esse reencontro aconteceu.
Feliz Dia das Mães.
E feliz Noite do Reencontro.
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