Por Clarisse da Costa (Biguaçu, SC)
Das
saudades que restaram ficaram muitas lágrimas para desaguar aqui dentro. As
flores mortas após a partida transformaram a realidade. Depois de algum tempo
eu vi flores no outono e no inverno, parecia que a primavera fazia abrigo
nessas estações de frio.
Todo
aquele colorido me remetia à infância e o meu fascínio pelo arco íris. Eu
queria atravessar e ficar em algum lugar. Hoje eu só queria um colo, ter a
certeza que eu ainda tenho um abrigo, uma morada para repousar meus
pensamentos.
Confesso,
saudades tenho daquele colo, do aconchego do meu bem querer. De tão pertinho eu
via tantas certezas no brilho dos olhos e na sua voz suave eu ouvia as orações
de esperança.
Hoje a
minha travessia é solitária, cheia dos meus rabiscos de sentimentos. Atravesso
algumas estradas, eu quebro alguns muros e tento seguir em frente.
O velho homem nem supõe aonde posso
chegar. Ele não sabe, meus pés têm asas e a saudade é o meu lugar preferido.
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