sábado, 1 de abril de 2023

MINHA MÃE É PRETA

Por Clarisse da Costa (Biguaçu, SC)

 

Da minha cor

Eu tiro a força

Da minha mãe

Que na sua esperança

Por dias melhores

Viu seu filho morto

Na cruz da opressão;

Na minha mãe

Memórias e traços da nossa história

Escritas na pele

De quem só conheceu a dor;

Minha mãe é preta

Princesa das favelas

Dos cantos das periferias

Dos sonhos da nossa negritude.

Diante da submissão

E do olhar perverso

Entoa o canto dos orixás;

Com os olhos voltados

Para o filho excluído

Julgado e condenado;

Açoitado na terra da desigualdade;

Guerreira e rainha do mar

Algoz da liberdade!


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