Por Clarisse da Costa (Biguaçu, SC)
Da minha cor
Eu tiro a força
Da minha mãe
Que na sua esperança
Por dias melhores
Viu seu filho morto
Na cruz da opressão;
Na minha mãe
Memórias e traços da nossa história
Escritas na pele
De quem só conheceu a dor;
Minha mãe é preta
Princesa das favelas
Dos cantos das periferias
Dos sonhos da nossa negritude.
Diante da submissão
E do olhar perverso
Entoa o canto dos orixás;
Com os olhos voltados
Para o filho excluído
Julgado e condenado;
Açoitado na terra da desigualdade;
Guerreira e rainha do mar
Algoz da liberdade!
Nenhum comentário:
Postar um comentário