Por Fabiane Braga Lima (Rio Claro, SP)
Margo, mãe de três meninas, ela a caminho da meia idade, trabalhava muito para dar sustento para as filhas ainda pequenas. A família há pouco tinha se mudado do interior para a capital, Margo, mãe solteira, pretendia dar uma vida melhor para as filhas.
As pequenas gêmeas Lara e Clara, de oito anos, eram alheias às muitas dificuldades em que viviam, que as circundavam. Mas Luci, a filha mais velha de doze anos de idade, era rebelde e não se conformava com aquela situação, com a penúria da família. Entristecendo o coração ferido, da exausta Margo quando chegava do trabalho tarde da noite. Luci perguntava com arrogância, o que a mãe tinha trazido para o jantar. Tendo como resposta com poucas variações que aquilo era que se tinha para comer graças a Deus! A mãe respondia para a Luci com os olhos rasos de lágrimas. Logo depois, cansada, tomava um banho rápido e preparava o jantar para as filhas.
Assim eram os dias de Margo se passavam, de muita tristeza pois, a sua filha mais velha, não perdia as oportunidades de demonstrar que não suportava a situação da família. Então um dia, a mãe de Luci, decidiu dar um basta na situação! Estava mais do que na hora de mostrar para a filha tudo o que passa nas ruas e no serviço. No outro dia chamou a filha mais velha, Luci.
— Sabe filha! Tenho um dinheiro guardado, quero te levar pra comprar roupas novas.
— Lógico que quero mãe, vamos se divertir muito.
— Claro que vamos! — Mal sabia a pobre garota o que a mãe estava preparando.
— Escuta filha, logo depois, vou lhe contar um segredo que é só meu. E você verá com os teus próprios olhos.
— Então, vamos mamãe, estou louca para escolher roupas novas.
E assim pegaram o ônibus bem cedo, partiram rumo ao centro comercial da cidade e foram a um shopping. Luci se espantou ao ver o ônibus enchendo de gente em cada parada. A jovem também notou que alguns falavam rápido e outras línguas estrangeiras e vestiam roupas estranhas. Algumas pessoas com cara de sono bocejavam, outras dormiam e outras falavam sozinhos. Barulhos, sussurros, risos e cheiros que se misturaram
O ônibus parou ao lado do shopping...
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