DOS TEUS ANVERSOS E OBVERSOS

Por Samuel da Costa (Itajaí, SC)

Para a poetisa Fabiane Braga Lima

 

Estou nas solitudes astrais

A esperar os magnificentes

Vívidos e velozes

Versos vorazes teus

***

Fico eu estático

No nevoento limbo existencialista

A esperá-los na alvorada rubra

Ao final do dia

Para acalentar os múlti-plos vazios

Das místicas e cósmicas

Ausências infindas

De todas as celestes dores inócuas

Do deserto do real

***

Estou eu ávido expectando

Com os meus débeis e cansados

Olhos sedentos

Os teus velozes e vorazes

Versos teus

***

Fico eu inquieto

Cobiçoso e sedento

Na completa escuridão

Aguardando os hialinos

Anversos ou obversos teus

 

Fragmento do livro: Astro-domo, de Samuel da Costa, é contista, cronista, poeta e novelista em Itajaí, Santa Catarina.