Por Fabiane Braga Lima (SP) e Samuel da Costa (SC)
Levantei-me cedo bem cedo
naquele dia de sol, fui ao supermercado como de costume. Chegando ao portão da
minha casa, fiquei assustada, havia uma senhora idosa, que pela aparência tinha
uns oitenta anos. Ela gritava, estava clamando por socorro, ela estava escorada
no meu portão. Logo depois, chegou uma jovem mulher, a caminho da meia idade.
Eu calculei que fosse a filha da senhora em prantos. Então, não pensei duas
vezes, fui em socorro, colocou-a de pé, a conduzi para dentro da casa dela, que
era vizinha da minha. A jovem, sem nada dizer, acompanhava a cena que se
desenrolava, ela tinha a cara fechada. Um silêncio constrangedor pairou no ar
àquela hora, pois eu não conhecia bem as minhas vizinhas. Simplesmente ajudei a
senhora idosa a entrar em casa dela. Notei que não havia sinais aparentes de
agressões físicas na senhora, somente um desespero nos olhos cansados da mulher
de idade avançada. Ela estava bem trajada, de unhas feitas, cabelo arrumado e
com bons sapatos nos pés, parecia uma professora universitária aposentada. A
cena se passou como um breve pesadelo cruel e sem sentido, e eu simplesmente
despertei e voltei para a minha rotina diária.
Um outro dia encontrei, muito
bem arrumada e pronta para ganhar as ruas, a filha da senhora idosa. Inquieta,
como sempre, saia de casa às pressas sem olhar para trás. Passo por mim sem me
cumprimentar, nem um bom dia sequer. Mas na janela olhando para a rua, lá
estava ela, aquela senhora idosa. Ela gritava com os olhos, suplicava por
socorro mais uma vez.
Então, não resisti de novo e
fui até lá. A senhora idosa tinha saído de casa e vagava trôpega pelo jardim.
Coloquei-a dentro de minha casa, parecia estar faminta. Servi-lhe chá com
biscoitos, estava de fato muito faminta. Notei que ela não estava bem de saúde,
tinha um olhar sofrido, mas estava lúcida o suficiente para conversar comigo.
Algo mexeu comigo naquela hora
e perguntei por que ela chorando! Ela não me respondeu, ela estava com medo. As
lágrimas rolavam em profusão pelos olhos da senhora idosa. Era óbvio que ela
estava sofrendo maus tratos. Indignada fui até a casa da idosa investigar
melhor. Olhei para o quarto no qual ela dormia. Era sujo, na geladeira e na
despensa não havia comida alguma. E, calculei que a filha da senhora idosa
estava roubando os rendimentos da senhora idosa.
Não me calei! Dei parte na
polícia e chamei a assistência social. Aquela senhora de oitenta anos sofria
mesmo maus tratos.
Depois que a minha história
cruzou com a senhora idosa, eu cheguei a uma conclusão: — Os pais dão mesmo a
vida pelo filho. Envelhecer é digno! Mas nem todos valorizam, tanta sabedoria...!
Denunciem! Não deixem
maltratar nossos idosos, eles são nossa maior fonte de sabedoria!
Fabiane Braga Lima: texto,
enredo e argumento
Contato: bragalimafabiane@gmail.com
Samuel da Costa: texto e
revisão
Contato:
samueldeitajai@yahoo.com.br
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