Por Samuel da Costa (Itajaí, SC)
Para João Carlos
Pereira
Parece que a teoria da relatividade foi feita
especialmente para aquele lugar. Onde o tempo parece ter vontade própria. Anda
de forma rápida quando quer andar. E, às vezes parece que paira no ar, de forma
mágica.
Quando Ademar caíra naquele local o tempo andava de
forma bem lenta. E ele não via a hora de ver seus entes queridos novamente. E
uma simples visita no cárcere onde sua irmã e amigas vieram visitá-lo. E, era
para ser uma simples visita, se não fosse Marcelo de Sousa Andrade, ou melhor,
Marcelinho Serra-fita como era popularmente conhecido dentro e fora de prisão,
ao vê-las partirem, ele foi categórico ao dar a ordem para Ademar: —
Chama elas de volta! Chama agora! Marcelinho tinha o olhar vil
de uma cobra.
A figura do guarda fortemente armado postado na
guarita, que vigiava os encarcerados, parecia folclórica, uma mera figura
decorativa. Como também o guarda que assistia aquela cena sem nada fazer ou
dizer alguma coisa.
E o tempo que pairava no ar, agora o sufocava,
porque Marcelinho Serra-fita, quem realmente mandava naquele lugar de
angústias. Resolveu, após algumas visitas íntimas, oficializar o seu casamento
com a irmã de Ademar. Uma união que Ademar não sabia se comemorava ou maldizia.
Samuel da Costa é poeta e contista, em Itajaí, SC.
Contato: samueldeitajai@yahoo.com.br
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