sábado, 1 de outubro de 2022

COTIDIANO: O DESCASO, CRIANÇAS DESAPARECIDAS (FILHOS DO CRACK)

Por Fabiane Braga Lima (Rio Claro, SP)

 

Vamos caminhar com os pés da Dona Zuleida, a Zuza para os íntimos. Pois bem, a Zuza sai todos os dias de sua casa, na periferia de uma cidade grande, e foi procurar a filha de oito anos. A menina que desapareceu há um pouco mais de ano. Zuza Infelizmente era obrigada a deixar os outros filhos sozinhos em casa. Na rua, Zuza não consegue segurar os choros e as tristezas, assim tem sido sua rotina nos últimos tempos.

        Em suas andanças, Zuza notou um dia na rua, um garoto com seus sete para oito anos, a criança procurava comida em sacos de lixo, em padarias e restaurantes em uma via gastronômica. Mais uma criança de rua, vítimas da negligência infantil, uma criança que nunca frequentou escola provavelmente.

        A mãe do pequeno, estava deitada, em cima de um encardido papelão que cheirava a urina, uma mulher entregue ao vício do crack! O menino é mais  uma criança, das muitas que vivem nas ruas, são os filhos perdidos do crack. Na maioria dos casos são levadas por assistentes sociais, ou até mesmo pelo conselho tutelar, para abrigos temporários. Não é fácil separar de seus pais, existe sim uma ligação de amor familiar em meio ao vício e extrema pobreza.

        Mas voltemos ao caso de dona Zuleida, o desaparecimento da filha mais nova era algo que corroía por dentro, já havia um pouco mais de um ano. Vítima do descaso de políticos nunca existiu um tipo de política pública, voltada paras as famílias que vivem na extrema pobreza!

         No Brasil cerca de dez mil crianças desaparecem por ano e o site de crianças desaparecidas está totalmente desatualizado. O poder público despreza os dois casos aqui citados, que não são casos isolados! No caso de crianças desaparecidas noventa e nove por cento ocorrem em zonas rurais, e autoridades muitas das vezes a burocracia estatal engavetam os casos.

          Mas também e uma esperança, formaram uma corrente de esperança, ressalto a ONG, Organização Não Governamental chamada Mães da sé, uma das poucas iniciativas da sociedade civil organizada.

        Até quando podemos aguentar todo esse descaso do poder público? Perder-se um filho em apenas instantes. O que realmente está por trás disto tudo?

           Enquanto, a dona Zuza, olha bem nos olhos da criança, abandonada na rua. Pergunta: — Cadê a tua mãe menino? E ele chorando, respondeu: — Perdi minha mãe para o crack.

         Só no centro de São Paulo quase mil crianças vivem nas ruas, obrigadas a trabalhar, a vender seu corpo para se sustentar. É um absurdo o descaso do poder público. Faltam políticas públicas e sociais que tratem da defesa dos direitos humanos.

         Nas duas histórias contadas aqui existe a falta de efetivar os direitos humanos e o descaso dos governantes predomina. Já que os governantes não fazem nada, não poderíamos nós ajudá-los?!

          Já que povo que vive na extrema pobreza sofrem toda estas humilhação, estes descasos e infelizmente governantes só metem a mão no dinheiro povo! O que podemos fazer para ajudar, ser mais humanos, já que no país não existem direitos humanos, como podemos ajudar?!

 

 

Fabiane Braga Lima é poetisa e contista em Rio Claro, São Paulo

Contato: bragalimafabiane@gmail.com

 

 

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