Por Fabiane Braga Lima (Rio Claro, SP)
Finalmente
chegaram as férias. Férias do meio do ano, que seriam no máximo quinze dias. Os
estagiários, entusiasmados, corriam de um lado para o outro. O famoso descanso,
e o encontro mais que merecido, com a família. Lina parecia estar entusiasmada
com o recesso.
—
Vou sentir sua falta! — Disse Ezequiel para Lina.
— Preciso ir,
meus pais chegaram! — Respondeu Lina friamente, pois não correspondia ao amor
que Ezequiel sentia e demostrava por ela.
Lina deixou Ezequiel
para trás e foi em encontrar com os pais que estavam no corredor. A estudante
de medicina abraçou seus pais, escondendo as cicatrizes do rosto, com um
excesso de maquiagem. De fato, a estudante não queria mostrar-lhes suas muitas
cicatrizes, que se alojavam no rosto, frutos das muitas aventuras, que viveu na
Universidade.
Lina e a
família, saíram do alojamento dos estudantes, andaram poucos metros e chegaram
ao estacionamento público da universidade. O pai Lina reclamou do fato de ter
que para o estacionamento, a mãe de Lina sorriu com o fato do marido reclamar
quando ter que gastar centavos por minutos de estacionamento. Subiram no carro
e ganharam a estrada.
Lina vinha de
uma pacata cidade do interior. Após poucas horas a família chegou em casa. O suor suada, fez a
maquiagem de Lina correr pelo rosto, ai foi impossível esconder as cicatrizes
da mãe. A mãe Lina notou as marcas assim que desceram do carro.
Então, mãe de
Lina, em estado de choque, chamou a filha para uma conversa e franca e a
sugestão foi uma visita a um cirurgião plástico. Um médico amigo de longa data
da família de Lina, que passava férias no interior.
Um tratamento caro, mas, que deu fim as
cicatrizes alojadas na face. Lina, transformou-se numa outra mulher, sua
autoestima, mudou no dia que se olhou no espelho. Enxergando assim, a bela
mulher que ocultava o rosto. Sentia-se feliz com sua família, porém ao cair na
casa, ela sentia uma imensa falta de Ezequiel. Não telefonou para Ezequiel como
combinado. Ficaram quinze dias sem se falarem.
Passando-se
quinze dias, Lina voltou para a universidade, suas pernas estavam, trêmulas,
ela suava frio. Afinal, era a saudade de Ezequiel?
— Ei, garota,
ainda repartirá o dormitório com o Ezequiel? — Gritou ao longe um amigo de
Ezequiel. E Lina, calou-se. — É muito ousadia tua, boa sorte pois você vai
precisar! — Emendou o amigo de Ezequiel.
Lina continuou
andando e ao chegar nas escadas, a estudante de medicina não se conteve e subiu
as escadas correndo. Lina abriu a porta de forma intempestiva. Ezequiel, já
estava no quarto, sentiu a presença de Lina e correu até ela. Ela o abraçou,
matando a saudade. Naquele dia não saíram do quarto, se saciaram todos os
desejos espremidos com muita paixão.
— Havia
reciprocidade, naquela mistura de amor e paixão? Lembrou-se das cicatrizes,
pensou calada: Já não se encontra na face. Mas, sim, na alma.
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