Por Paulo Cezar S. Ventura (Nova Lima, MG)
Pode? Será? Sempre temos uma esperança de que as coisas
serão melhores no ano no qual entramos. Basta entrar com o pé direito como se
fôssemos tomar um ônibus? Tem algo no horizonte que nos informa que coisas boas
acontecerão? A humanidade tem sede de esperança. Essa mania de apostar no
futuro é complicada. Apostamos no amanhã, mas como vivemos o hoje? Que estamos
a fazer nesse minuto mesmo?
Minha retrospectiva do ano passado, dois mil e vinte e dois,
não é nem maravilhosa, nem horrorosa. Duas contaminações pelo coronavírus, uma
pneumonia, uma mudança de endereço cheia de despesas, uma desavença de família
pelos cuidados de minha mãe, nenhuma viagem de lazer. Por outro lado, recebi a
visita de minha filha alemã, lancei um livro que ainda é uma promessa de sucesso,
comecei a participar de um grupo de vendas que avança, conheci novas pessoas
interessantes, escrevi bastante, reencontrei antigos colegas que ainda residem
na mesma cidade para onde me mudei, aprendi muito, entre outras coisas menores.
O que esperar, então, do novo ano que se inicia? Dá para
colocar muita fé quando a idade começa a pesar? Em fevereiro completo setenta
anos. Sete décadas, cara! Sete! Tenho alguns pontos a meu favor. Cartas na
manga. As rugas crescem lentamente, ainda. Os indicadores de saúde, aqueles
resultados dos exames sopa de letrinhas, estão muito bem. Ainda aguento
caminhadas longas, faço ginástica de solo, danço de vez em quando e sou
sexualmente ativo. Não posso me debruçar em queixas. Logo, não as faço.
Acredito que pensar em coisas boas abre espaço para que elas aconteçam. E elas
acontecem.
Então, seguem pontos de minhas perspectivas para dois mil e
vinte e três:
·
Apesar dos setenta anos, estarei muito bem,
ocasionalmente em bons momentos de felicidade. Bom humor sempre, como de
hábito.
·
Deverei lançar ao menos mais três livros, eles
já estão quase prontos.
·
Minha vida amorosa continuará muito bem. Meus
amigos continuarão presentes em minha vida.
·
Apesar de pessoa idosa, continuarei trabalhando
com boa vontade, alegria e prazer. Tenho propostas de palestras em alguns
lugares, meus livros venderão bem, minhas histórias serão contadas e ouvidas. E
continuarei produzindo novas histórias.
·
Meus clientes para mentoria e curadoria de
saberes e conhecimentos aumentarão no ano, pois minha experiência nas questões
que abordo aumentaram.
·
Minhas artroses nas juntas do corpo não irão
aumentar. Consegui um bom equilíbrio no trato delas com ginástica e alimentação
adequada.
·
Minha família não me provocará sobressaltos em
demasia.
·
Continuarei degustando bons vinhos com alguns
amigos especiais. Aquele uísque premiado que comprei no Natal será apreciado
com parcimônia.
·
Meus filhos distantes se aproximarão de mim,
finalmente (ainda guardo umas pontas de dúvida quanto a isso, mas, espero).
·
Minha conta bancária terá saldos positivos o ano
todo. Lidar com dinheiro exige cuidados especiais. Vou me aprimorando neles.
Ainda sou jovem para aprender sobre educação financeira.
·
Meus empreendimentos serão bem sucedidos, mais
que no ano anterior. Seguir em frente, sempre. Recuar só para tomar impulso.
·
Terei tempo para algumas viagens de lazer e
ócio. Meu corpo e minha mente merecem.
·
Gostaria muito de ter um carro novo. Será que é
pedir muito, Iansã? Prometo usá-lo com sabedoria, pois o combustível anda muito
caro.
Se eu me lembrar de mais algum desejo, vontade, ou apenas
uma coceira no cérebro, aumentarei minha lista. Não quero abusar muito dos
deuses, eles têm sido extremamente bondosos comigo. Minha gratidão a eles pelos
cuidados à minha pessoa. Agradecerei mais ainda, e farei algumas oferendas
contritas se metade de meus desejos forem satisfeitos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário