Por Samuel da Costa (Itajaí, SC)
Em
vão eu tentava respeitar
Todos
os meus nobres sentimentos alados
Pela
ebúrnea poetisa
Enquanto
eu suprimia
Os
meus sentimentos terrenos
***
Anulava-me
enquanto eu pensava
Que
estava progredindo
Na
minha caminhada entre as brancas nuvens
***
Para
os que não tem paciência
Uma
versão mais curta dos fatos
Reprimi
o que pensava
Ser
justo e honesto
Para
que as outras possam viver
Sem
precisar dar conta da minha existência
Sim
eu estava no lugar errado
E
no momento menos adequando ainda
***
Faltei
na aula de criador de conteúdos
Era
sábado e dormir até mais tarde
E
as inscrições terminam na sexta-feira
E
eu não me inscrevi
E
estava fazendo outra coisa
***
Eu
não envie uma mensagem no privada
Eu
não confirmei o pagamento
Estava
fazendo outra coisa
E
não adicionaram ao chat privado do grupo
E
mal posso esperar para esquecer
O
que deve lembrar
E
começar a viver em três dimensões
***
À
medida que o tempo passa
Eu
me esforço para me destacar
Dos
meus iguais
Enquanto
insisto nas agendas das igualdades
***
Tudo
o que eu sempre almejei
Foi
sonhar em te ver dançar
Em
belas-letras ultrarromânticas
E
em belas-artes abstratas
Movendo-se
no ritmo do teu coração bondoso
Enquanto
eu me afastava da tua alma maviosa
***
Deixei
que as minhas quimeras
S
renderem aos meus medos
Feliz
aniversário sacrossanta poetisa
O
nosso ano foi inesquecível
Sonhamos,
sentimos e compusemos
Enquanto
os outros viviam
No
deserto do real
Um
brinde ao nosso amor-próprio
E
muito sucesso para nós dois
***
Estás
sendo tão generosa comigo
E ainda é
quarta-feira
Tenha
uma boa pergunta
Para
a vossa digníssima pessoa
Vale
a pena?
O
nosso amor verdadeiro?
Achas
mesmo que o merecemos?
Fragmento do
livro: Astro-domo. Texto de Samuel Costa, contista, poeta e novelista em
Itajaí, Santa Catarina.
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