sábado, 2 de março de 2019

PASSOS


Por Pedro Du Bois (Balneário Camboriú, SC)



Em cobertos caminhos passos distraem

o sentido em que vive o prisioneiro na rua

de paralelepípedos colocados lado a lado

o acento o acerto com que se compromete

entre margens o leito esteira espumas

no passado com a nitidez do agora fosse

antes e teria a ilusão do ato gestos

perdidos em acenos de quem reparte

onde o destino se entranha: a máquina

no barulho pela janela aberta paisagem

não são pedras postas ou atirados jogos

em que se enredam as mãos permitem

o encontro fortuito no tombo a pedra

esfola e sangra o pé na pressa

e a presa escapa novamente

a rua passada lembra o começo

e o pavão abre as penas

apenas árvores escutam o segredo

folhas em tapetes onde o passo rápido

do calçado marca o espanto.

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