Por Clarisse da Costa (Biguaçu, SC)
A
senzala convida em nome de Zumbi e Dandara a saberem exatamente quem foi o
precursor da nossa liberdade. Somos brasileiros e a maior parte de nós
desconhece a sua história. Todos os orixás agora entoam o canto da liberdade em
tons reais, a cor negra é a sua resistência no país da desigualdade. São 131
anos da assinatura da lei áurea, 131 anos de história, mas quem nos deu a
liberdade foram os nossos ancestrais. Eles
que lutaram. Eles que não aceitaram a condição de escravo e foram em busca da
nossa liberdade. A queridinha da elite branca, a princesa Isabel não vestiu a
vestimenta do preto, não pintou o rosto, não lutou capoeira, não se aliou aos
índios contra as maldades dos senhores de escravos. Isabel não fez mais que a
sua obrigação assinar aquele documento, pois a escravidão já não era mais um
bom negócio para o Brasil. Quem é esta
princesa que todos idolatram? Filha de Dom Pedro II a princesa Isabel é a
figura mais conhecida quando o assunto se trata do período monárquico e a
história brasileira. Porém a sua fama se sucedeu por assinar a carta da Lei
Áurea em 1888. Para muitos devemos todos os aplausos há ela. Mas todos os
créditos nós devemos a Zumbi de Palmares, Dandara e demais guerreiros negros.
Meu
canto pela liberdade não entoa para brancos entoa para uma população negra
excluída pela sociedade brasileira, meu canto é por Moçambique e todo o
continente africano. Meu canto é pela paz. Meu canto é Zumbi. Zumbi fora um
importante guerreiro na história brasileira. Ele foi um dos primeiros a resistir
contra a escravidão. Através dele o grito pela liberdade entoou no Brasil
inteiro.
Nascido
em Alagoas no ano de 1655, Zumbi foi líder do Quilombo os Palmares no Brasil
colônia. Quilombo era na época uma comunidade livre formada por escravos
fugitivos das fazendas. O de Palmares era localizado na Serra da Barriga. Lugar
este que atualmente faz parte do Município de União dos Palmares. Com a
liderança de Zumbi o Quilombo
alcançou trinta mil habitantes. Por lá todos os negros viviam livres de acordo
com a sua cultura. E isso não foi a princesa Isabel que concedeu aos negros. A
Princesa Isabel sequer conhecia a história dos povos africanos, sequer conhecia
o povo negro no Brasil. Para ela eu não devo agradecimentos e nem aplausos.
Zumbi é o líder da liberdade símbolo de força e resistência. Morreu aos 40 anos
degolado no dia 20 de novembro de 1695. Morreu por mim, morreu por você, por
nós.
Saudemos Zumbi dos Palmares no dia
13 de maio, saudemos todos aqueles que morreram nome da liberdade.
Clarisse da Costa é poetisa e
militante do movimento negro em Biguaçu em Santa Catarina
Contato:
clarissedacosta81@gmail.com
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