quarta-feira, 1 de maio de 2024

AS BEATAS (PRIMEIRA PARTE)

Por Fabiane Braga Lima (Rio Claro, SP)

 

Esperando por você.

Supra o meu querer.

Venha meu Poeta, faça-me crer.

Recite poemas de amor, recite!

Crie uma síntese no decorrer,

Madrugada afora sacie os meus gostos.

Ouse nos versos, deixe acontecer...!

 

 

          As beatas se reuniam no linear da lavoura, enquanto os homens se reuniam na varanda da casa grande. Os homens se embriagando e as mulheres rezando o terço, que era bem estranho, para quem visse a cena que se desenrola e não vivia aquela realidade. Para as pessoas ditas normais, nos seus cotidianos, que viviam no vilarejo, diziam aos sussurros e abertamente que as quatro beatas, eram bruxas.                 

         Jovens e bonitas, elas se achavam as donas do pequeno vilarejo, enquanto seus esposos ficavam soltos, rodeadas de mulheres, homens casados em cabarés e entregues a outros vícios, não era normal aos olhos de muitas pessoas do lugarejo. E para alguns a situação toda era motivo de piadas e ninguém sabia o porquê. Para o padre Luiz, Lú para as pessoas mais próximas, o modo como viviam as quatro famílias abastadas, estavam vivendo normal. Para o religioso, famílias ricas assim se comportam, no passado, no presente e no futuro.

        Então tinha a jovem Tula, que era apaixonada pelo padre, um segredo que todos sabiam. Tula, a jovem mulher nunca conseguiu disfarçar a sua paixão pelo clérigo, se arrumava bem e era sempre a primeira a chegar e sentada na primeira fila nas missas.               

         Certo dia, Tula, ela sentada na primeira fila, rezava o terço, com os fartos seios quase à mostra, pois, ela se comportava como se estivesse sozinha e à espera do padre Luiz.  Assim que entrou no altar, o padre Luiz, ele vestido com uma imponente túnica roxa, o homem de Deus cumprimentou a todos e começou a sua missa, o padre Luiz não dava ousadia para a devota Tula. Naquele dia em particular, a jovem Tula saiu furiosa da missa assim que ela começou.

            Richard, o esposo de Tula, sempre foi um bom homem, nos conhecemos no colégio, éramos amigos. Richard, muito querido, entre todos e principalmente entre as mulheres desde os tempos de colégio.

          Relatei o passado e hoje, Richard, praticamente, estava vivendo nas ruas, como um mendigo. Fui até ele, com a intenção de puxar uma conversa.

          — Richard! Sou eu a Sara, a sua amiga do colégio! Se lembra de mim? — Perguntei sem rodeios ao chegar perto dele.          

          — Sim, me lembro, me deixe em paz! Vá embora! — Respondeu Richard.         

             Aconteceu, o que eu previa! Tula e padre Luiz juntos? Eu precisava descobrir o quanto antes. Como não amar Richard? Eu não entendo!               

 

 

 

Contato: debragafabiane1@gmail.com

 

Nenhum comentário:

Postar um comentário