quarta-feira, 1 de maio de 2024

AS BEATAS (SEGUNDA PARTE)

Por Fabiane Braga Lima (Rio Claro, SP)

 

Esperando por você.

Supra o meu querer.

Venha meu Poeta, faça-me crer.

Recite poemas de amor, recite!

Crie uma síntese no decorrer,

Madrugada afora sacie os meus gostos.

Ouse nos versos, deixe acontecer...!      

 

          Richard, foi extremante rude comigo, pois eu apenas estava preocupada com ele. Pensando bem, Richard traia Tula, com outas mulheres, que a meu ver não era nada normal. Então, qual o problema de Tula ser amante de padre Luís?

         Imbecil, foi merecido, bom, eu havia apenas deduzido, acho que queria, aliás, quero, que seja verdade, pois sinto uma forte atração por Richard, desde da época do colégio. Ah! Com eu queria, passar ao menos uma noite com ele.    Sabe, não será difícil, afinal, ele vive em cabarés com outras mulheres.               

         No dia seguinte, entreguei mantimentos na lavoura, poucas pessoas aí até o estranho lugar. Como eu esperava lá estavam as devotas, olhei com curiosidade as quatro beatas. Na frente da casa grande um administrador e estava me esperando, incrivelmente o homem, queimado pelo sol, estava sorrindo. Eu imaginava uma cara sisuda, vou popular os detalhes da entrega que fiz naquela manhã de sol.  Entrega feita, olhei no relógio, pelo horário, Tula estava chegando na igreja vestida com as suas roupas decotadas é com o casaco na mão. Parti rumo à cidade, sem olhar para trás, seria uma pequena viagem.

         Chegando na cidade, achei melhor não me arriscar, fui direto para casa e não pararia no centro da cidade, mas não teve jeito, de repente, Richard aparece, me interpelando. 

         — Sara, me desculpe pôr ontem, não tive a intenção de ser rude, desculpe-me? — Disse Richard envergonhado.

        — Claro que o perdoo você! Sabes que não guardo mágoas! — Disse me esforçando para não dar um tapa na cara de Richard.         

         — Estava com saudades, de conversar com você — Falou Richard sorrindo com os olhos. — Eu também, que tal…

         — Que tal, o quê? — Interrompi alarmada com o rumo da conversa.

         — Passarmos a noite juntos, bebendo vinho e relembrar os bons tempos na época do colégio. — Falou Richard.  

         — Mas, e sua esposa? — Perguntei para ver de fato até onde ele iria.      

         — Somos liberais!

             Liberais? Estranho logo pensei, ou ele estava mesmo incomodado com a sanha de Tula, para cima do padre Luís.        

           — Richard meu bem! É tudo meio complexo para mim, porém, estaria mentindo, se negasse o meu interesse pelo convite — Respondi com ares de mulherzinha ingênua

          — Então? — Perguntou Richard pendendo a cabeça para a esquerda, como sempre fazia quando estava fragilizado, com medo ou confuso.   

         — Aceito! Estarei em casa à sua espera! — Respondi e fui embora sem olhar para trás. — Que os jogos comecem! Gritei bem alto, chamando a atenção dos poucos gatos pingados que estavam na praça.            

 

Contato: debragafabiane1@gmail.com

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