quarta-feira, 1 de maio de 2024

O HUSSARDO E O DIADEMA AMARELO: UM MERGULHO NA ESCURIDÃO

Por Samuel da Costa (Itajaí, SC)

 

 

Na alvorada de todos

Os desejos ignotos

Há o meu adentrar abrupto

No teu ser mais-que-perfeito

Para te recompor por inteiro

Entre intermitentes sonhos

E sonolentos e leves sonos.

 

            As longas hastes finas das negras luminárias, pendiam do teto, na ponta do bocal, em formato de meia lua e as suas luzes amarelas frias, produziam ilhas de luzes, em meio aos breus absolutos do ambiente álgido. A pista de dança estava vazia e um cósmico silêncio sepulcral imperava no lugar.

            Aflita, Layla caminhou lentamente, ela ia em direção ao pequeno palco, no final da pista de dança. E Layla admirou os lounges, eram nichos quadrados de madeira envernizadas. Pequenos cercados, de um metro de altura, mergulhados na completa escuridão, Layla pode escutar sussurros e gemidos vindos dos espaços.    

Duas mulheres, de corpos esculturais, abraçadas, que caminhavam em direção a Layla, davam risadas estridentes e nada discretas. Estavam seminuas, com trajes sumários, uma muito jovem, corpo escultural, tinha a pele amendoada e com os olhos negros rasgados, usava um diadema amarelo, ricamente ornado de joias. Layla tentou em vão absorver o sofisticado design da peça, ela não soube responder às inúmeras perguntas. A única certeza era que a peça era cara, rara e exclusiva, pensou ela, pois ela nunca tinha visto nada igual, a peça parecia alienígena. A outra era uma mulher loura de meia idade, com profundos e misteriosos olhos verdes, corpo atlético, coberta de tatuagens orientais pelo corpo, Layla calculou que eram duas modelos fotográficas.

            As duas passaram ao largo de Layla, como se ela simplesmente não existisse, Layla olhou para trás e viu horrorizada tentáculos negros saírem de um lounge e abduzir as duas mulheres, para dentro da completa escuridão, em poucos segundos. Esguichos de sangue jorraram, histéricos e tétricos gritos de terror ecoaram. Layla fechou os olhos, então ela viu as duas mulheres impávidas, andando felizes e a poça de sangue havia desaparecido.

            Layla retomou a marcha, pensando que tipo de encrenca Grege Sanders a tinha enfiado.

 

 

Contato: samueldeitajai@yahoo.com.br

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