Por Valéria A Gurgel (Nova Lima, MG)
Trabalhar dá
trabalho, porque o trabalho trabalha-te!
Trabalha o ego, as
suas ilusões, a autoestima, a preguiça, o mau humor, trabalha o labor!
Trabalha o
pensamento, o caráter e a vaidade.
Trabalha a
paciência, a vontade, a coragem.
Trabalha a
capacidade, o medo, o sonho e a realidade.
O trabalho nos
edifica, nos constrói e nos aperfeiçoa como pessoa!
Trabalha-se a
pontualidade, a responsabilidade e a maturidade.
Trabalha-se a
própria dignidade!
“Sem o trabalho um
homem não tem honra e sem a sua honra, se morre, se mata”
Assim escreveu o
saudoso compositor e cantor brasileiro, Gonzaguinha!
O trabalho
trabalha a nossa personalidade.
Sabemos que
trabalho não é lazer, mas dignifica o ser!
Feliz é aquele que
vê no seu trabalho também sua forma de lazer!
Que trabalha
cantando, assoviando, dançando.
Que trabalha
alegre, sorrindo, agradecendo, ...
Seja pintando e
bordando, tricotando e costurando a vida.
Seja vendendo
escrevendo, ensinando, aprendendo.
Construindo a sua
vida e a de sua família.
Há trabalho que
evangeliza, que acolhe, edifica, orienta, exemplifica, cura, planta, colhe,
conserta os desconsertos do mundo.
Há trabalho que
defende que acusa, que julga, que absolve as mazelas, humanas.
Há quem limpa,
quem decora e embeleza os nossos olhos...
O trabalho que
informa, a informatização que globaliza. Há trabalho que humaniza.
E há ainda o
trabalho informal. Mas há infelizmente o trabalho que escraviza!
Há trabalhos que
nos adormecem, que nos ouvem, que nos traz paz e relaxa as tensões do dia a
dia. Proporcionando a calmaria.
Há o trabalho dos
artistas tão plenos de euforia. Contracenam, encenam, brincam, cantam, dançam,
contam histórias, tocam as almas tocando e encantando os corações... Muitos
desses, seguem no anonimato, sem nenhum valor. E mal sabe a humanidade que são
eles que salvam o mundo do próprio mundo!
Não importa o que
se faça! Se é honesto, o melhor trabalho é sempre aquele que nos dá prazer de
viver!
Trabalhador feliz
é aquele que gosta do que faz!
Foi-se o tempo em
que as pessoas trabalhavam, por amor! Hoje em dia isso anda cada vez mais raro!
Trabalha-se mais, exclusivamente pelo dinheiro, por vaidade, por status social.
O fazer por fazer.
Tantos são os trabalhos conquistados por propinas, que nem sempre são dados
para aquele que realmente é um profissional e merece seu reconhecimento de
fato.
Por isso
assistimos cada vez mais uma humanidade bastante emburrada, sem educação e
revoltada com o que faz. E tende a descontar a suas revoltas e insatisfações
pessoais em quem precisa de seus serviços.
O contrário
acontece quando temos um profissional feliz com o que faz! Ele exala carisma e
satisfação, educação e brilho no olhar! Seja ele um lixeiro ou um médico, um
coveiro, um pedreiro ou um palhaço, um milionário ou um assalariado!
Hoje, com a
evolução das indústrias, da tecnologia e da inteligência artificial, muitas
profissões dignificantes foram e estão sendo excluídas de nossa sociedade!
Como as empregadas
domésticas que não encontram mais seu valor e respeito e por isso a mão de obra
cada vez mais escassa. Os alfaiates, os barbeiros, os tipógrafos, os
jornaleiros, os ferreiros, as datilógrafas as costureiras de bolas e tantos são
os substituídos pelas máquinas!
Mas por mais que a
tecnologia chegue para desvalorizar o trabalho humano, jamais o homem será
inteligente o suficiente para substituir definitivamente a si mesmo!
Pois o dia em que
isso porventura, vier a acontecer, pode-se dizer que o homem será processado
pelo seu processo involutivo da santa ignorância!
Texto muito sabiamente escrito. Valéria Gurgel tem abordado uma variedade múltipla de temas muito importantes para reflexão e mudanças profundas.
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