terça-feira, 1 de julho de 2025

AS QUIMERAS E AS PORTAS DAS PERCEPÇÕES

Por Clarisse Cristal (Balneário Camboriú, SC)

 

Em comunhão com o astro rei

Quando o sol me acaricia

Ganhos as ruas

Eu me insurjo e submerjo

Para me erguer novamente

Caminhar na orla atlântica expandida

Deixando as minhas pegadas

Indeléveis nas ebúrneas areias das praias  

***

Ao toque das forças divinas do feminina

A celeste energia que move a vida

Abrem-se as portas da percepção

 Em lugares que nunca pensei  

Serem possíveis para mim

Trespassasse-as com força

E com coragem

***

Volto a hirta realidade

Às vezes e somente às vezes

Eu sonho em transpor portas inatingíveis

Escancaradas a minha frente   

Transpassa-las e me sentir confortável

Estando de volta à minha casa

***

Adentro a floresta intocada

Então posso respirar aliviada

Estou grata por poder trajar

Um excelso vestido de vegetações

Enlevado, ouço os sussurros da natureza

O vento ressoa e sinto a presença de Gaia

Celebro a jornada ao redor

De terras inexploradas

***

É Fevereiro

E o burgo principia a hibernação

 Languidamente a cidade

Começa a expulsar as algaravias suburbanas  

 O mês que eu posso abrir

Os meus olhos cansados  

Com a complacência de evitar

Os raios de solares

Então eu posso voltar a apreciar o Bel-conto

Dos pássaros noturnos

 

Fragmento do livro, Sustentada no ar por negras asas fracas, texto de Clarisse Cristal, poetisa, cronista, contista, novelista e bibliotecária de Balneário Camboriú, Santa Catarina.

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