Por Clarisse Cristal (Balneário Camboriú, SC)
Em comunhão com o astro rei
Quando o sol me acaricia
Ganhos as ruas
Eu me insurjo e submerjo
Para me erguer novamente
Caminhar na orla atlântica expandida
Deixando as minhas pegadas
Indeléveis nas ebúrneas areias das praias
***
Ao toque das forças divinas do feminina
A celeste energia que move a vida
Abrem-se as portas da percepção
Em lugares que nunca pensei
Serem possíveis para mim
Trespassasse-as com força
E com coragem
***
Volto a hirta realidade
Às vezes e somente às vezes
Eu sonho em transpor portas inatingíveis
Escancaradas a minha frente
Transpassa-las e me sentir confortável
Estando de volta à minha casa
***
Adentro a floresta intocada
Então posso respirar aliviada
Estou grata por poder trajar
Um excelso vestido de vegetações
Enlevado, ouço os sussurros da natureza
O vento ressoa e sinto a presença de Gaia
Celebro a jornada ao redor
De terras inexploradas
***
É Fevereiro
E o burgo principia a hibernação
Languidamente a cidade
Começa a expulsar as algaravias suburbanas
O mês que eu posso abrir
Os meus olhos cansados
Com a complacência de evitar
Os raios de solares
Então eu posso voltar a apreciar o Bel-conto
Dos pássaros noturnos
Fragmento do livro, Sustentada no ar por negras asas fracas, texto de
Clarisse Cristal, poetisa, cronista, contista, novelista e bibliotecária de
Balneário Camboriú, Santa Catarina.
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