terça-feira, 1 de julho de 2025

FLY BY NIGHT

 Por Clarisse Cristal (Balneário Camboriú, SC)

Para a poetisa Fabiane Braga Lima

Às vezes não me lembro

De onde eu venho

Ou para onde estou caminhando  

E dizem que por debaixo

De corpos aquosos 

Existem esperanças vãs

***

Então cruzamos  

Bravios rios, mares intempestivos  

As altas montanhas e os lagos misteriosos

Sempre em busca

De um pouco de liberdade

***

Usamos as ferramentas

Aos alcances das mãos  

Para combater as injustiças

Levantemos bem alto

Os nossos braços a muito cansados ​​

***

Desde o amanhecer

De novos dias

Até ao anoitecer

Das noites mais escuras

 Permanecemos orgulhosos

***

Moedas raras e risos de ébanos

As nossas histórias fluem

Na fala do griot

Através do sol e das chuvas

Mantemos os nossos poderes

De ser quem somos de fato  

***

Em dias aleatórios

E gosto muito mais de mim

Geralmente quando estou sozinho

Então sou mais forte

E mais sábia

***

Flanam pássaros negros

Acima de florestas de concreto  

E quem será o meu futuro amante?

Os meus olhos estão aberto

Enquanto ele escapa

Pelas escuridões cotidianas   

Recoberto de silhuetas vaporosas

Cercas eletrificadas e portentosas muralhas

Que procuram manter afastadas

E para impedir a minha imigração ilegal

Rumo a felicidade plena

***

Imagens valem mais que mil palavras

Diz o velho clichê barato

 Mas como palavras precedem imaginários

A criar milhões de pensamentos impublicáveis

 

Fragmento do livro, Sustentada no ar por negras asas fracas, texto de Clarisse Cristal, poetisa, cronista, contista, novelista e bibliotecária de Balneário Camboriú, Santa Catarina.

Nenhum comentário:

Postar um comentário