Por Clarisse Cristal (Balneário Camboriú, SC)
São
dias escuros e noite convulsas
O
tempo em que vivo
Eu não
me importo com as anêmicas
Particularidades
cotidianas
Que
gravitam ao meu redor
***
Talvez!
Digo eu então somente
Talvez
e os meus ligeiros estros
Fossem
mais sinuosos e curvilíneos
Tu me
olharias com amenos olhares serenos
Eu não
seria tão sorumbática assim
***
Se é
verdade que o dito amor verdadeiro
Não
conhece barreiras
O amar
e o ser amada
Então
é uma doidivanas desafinada
A
cantar uma longa e triste canção
Nas
ondas do rádio
***
E
pensar que papai
Nunca
levou mamãe para dançar
Nunca
tiveram a sensação
De
chegar em casa ao amanhecer
De um
novo dia no pós-turbilhões
De
espontâneos movimentos graciosos
Com a
sensação ímpar
De
tirar os sapatos dos pés
E
cansados se atirarem na cama
***
Percebo
fundamente
Que
não vivo em um lar funcional
Somos
nós contra o mundo
Disseram-me
no almoço de domingo!
Translado-me
então! Para um lugar comum
Certifique-me
que vou escolher
Sabiamente
os caminhos
Que
devo trilhar
Fragmento do livro, Sustentada no ar por negras
asas fracas, texto de Clarisse Cristal, poetisa, cronista, contista, novelista
e bibliotecária de Balneário Camboriú, Santa Catarina.
Nenhum comentário:
Postar um comentário