Por Fabiane Braga Lima (Rio Claro, SP) e Samuel da Costa (Itajaí, SC)
— Onde vai minha querida?! — Perguntou Heitor apreensivo.
— Trabalhar! Oras bolas! — Respondeu Margarety enquanto caminhava e Heitor
percebeu o olhar dissimulado e jeito sarcástico da companheira.
A esposa de Heitor, pegou o sobretudo no cabideiro,
vestiu a peça, andou poucos passos, pegou a bolsa que estava em cima da mesa,
sacou o espelho de mão, conferiu a maquiagem. E devolveu o objeto e saciou um
perfume e deu pequenos borrifos no pescoço. E lá se foi Margarety, ganhar as
ruas, sem ao menos se despedir do marido, que estava confortavelmente sentado
em uma poltrona onde pretendia ler o jornal. Heitor, parou de ler e passou a
apreciar o espetáculo particular da esposa.
Margarety, uma vez na rua, andou por poucos
minutos e entrou num beco escuro. A esposa de Heitor, era debochada e não
conhecia limites. Já o marido de Margarety, era honesto e trabalhava para dar o
melhor para a família. E ela nunca valorizou o homem, que tinha em casa!
A esposa de Heitor, vestia a sua melhor roupa,
perfumava-se, dizia ir trabalhar e isso sempre no começo da noite. A princípio,
Heitor não achou ruim ter poucos minutos de paz em casa, ele pensou que a amada
esposa iria fumar e espairecer e logo a pouco longe da vida de dona de casa.
Depois que os minutos, se alongava e as roupas da esposa encurtaram, o homem da
casa, ligou o alarme no total.
Em uma dessas noites Margarety, resolveu dar
soníferos, para os dois filhos ainda pequenos, para não eles não chorem no meio
da noite, assim Heitor poderia dormir bem tranquilo. Logo depois de dopar os
dois filhos, ela saiu como de costume.
A esposa de Heitor, chegou em casa, levemente
embriagada e cheirando a cigarros baratos, na manhã seguinte! Até aquele
momento, Heitor era tolerante, com a situação absurda, ou talvez estivesse
disfarçando para não a perder. Pois o homem da casa, teve lá os seus rompantes
aventureiros, na adolescência e na juventude. Só sossegando, quando se casou
com a pura e casta Margarety! Heitor, não mensurava o quanto as crianças
sentiam a falta da mãe. Mas a paciência tinha acabado.
— Vou resolver isto agora mesmo! — Bradou para si,
o esposo de Margarety — Hoje acaba a festa.
Heitor, incomodado, viu a esposa trôpega passar ao
lado dele, como se ele não existisse. O homem da casa, acompanhou a esposa até
o quarto do casal e ela simplesmente capotou na cama.
No dia seguinte, ao cair na noite, a rotina segue
normalmente, Margarety saiu de casa, ganhou as ruas, adentrou no beco escuro,
estava se encontrando com homens casados e homens mais jovens. Mas naquela
noite Heitor, a seguiu a esposa e só se arrependeu de não estar armado. Heitor,
viu a esposa amada entrar em uma casa decrépita! Heitor derrubou a porta, com
um forte chute. E, lá estava ela, despida com dois homens jovens.
— Mulher suma da minha vida, suma! — Heitor gritou
ao ver aquela cena dantesca.
— Por que? Pense nos nossos filhos. — Margarety,
ria alto a proferir estas palavras.
— Suma da minha vida mulher! E não volte mais para
casa! Arrume um bom advogado, pois você vai precisar. — Gritou Heitor e virou
as costas.
Foi o momento mais difícil na vida de Heitor. Logo
depois, foi preso e acusado de agredir Margarety e ainda descobriu que os
filhos não eram dele. Lutou e amava as crianças e continua lutando. Heitor
aceitou a vida alternativa de Margarety. Embriagada vez ou outra levava homens
estranhos para dentro de casa. Nua, pervertida, psicopata, talvez!? Será!?
Fragmento do livro: Duas
lágrimas, duas vidas e dois sorrisos. Texto e argumento de Fabiane Braga Lima, novelista,
poetisa e contista em Rio Claro, São Paulo.
Texto e revisão de Samuel da Costa, novelista,
poeta e contista em Itajaí, Santa
Catarina.
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