terça-feira, 1 de julho de 2025

BEM CASADOS

Por Fabiane Braga Lima (Rio Claro, SP) e Samuel da Costa (Itajaí, SC)

 

      — Onde vai minha querida?! — Perguntou Heitor apreensivo.

      — Trabalhar! Oras bolas! — Respondeu Margarety enquanto caminhava e Heitor percebeu o olhar dissimulado e jeito sarcástico da companheira.  

            A esposa de Heitor, pegou o sobretudo no cabideiro, vestiu a peça, andou poucos passos, pegou a bolsa que estava em cima da mesa, sacou o espelho de mão, conferiu a maquiagem. E devolveu o objeto e saciou um perfume e deu pequenos borrifos no pescoço. E lá se foi Margarety, ganhar as ruas, sem ao menos se despedir do marido, que estava confortavelmente sentado em uma poltrona onde pretendia ler o jornal. Heitor, parou de ler e passou a apreciar o espetáculo particular da esposa.

            Margarety, uma vez na rua, andou por poucos minutos e entrou num beco escuro. A esposa de Heitor, era debochada e não conhecia limites. Já o marido de Margarety, era honesto e trabalhava para dar o melhor para a família. E ela nunca valorizou o homem, que tinha em casa!

A esposa de Heitor, vestia a sua melhor roupa, perfumava-se, dizia ir trabalhar e isso sempre no começo da noite. A princípio, Heitor não achou ruim ter poucos minutos de paz em casa, ele pensou que a amada esposa iria fumar e espairecer e logo a pouco longe da vida de dona de casa. Depois que os minutos, se alongava e as roupas da esposa encurtaram, o homem da casa, ligou o alarme no total.

Em uma dessas noites Margarety, resolveu dar soníferos, para os dois filhos ainda pequenos, para não eles não chorem no meio da noite, assim Heitor poderia dormir bem tranquilo. Logo depois de dopar os dois filhos, ela saiu como de costume.

A esposa de Heitor, chegou em casa, levemente embriagada e cheirando a cigarros baratos, na manhã seguinte! Até aquele momento, Heitor era tolerante, com a situação absurda, ou talvez estivesse disfarçando para não a perder. Pois o homem da casa, teve lá os seus rompantes aventureiros, na adolescência e na juventude. Só sossegando, quando se casou com a pura e casta Margarety! Heitor, não mensurava o quanto as crianças sentiam a falta da mãe. Mas a paciência tinha acabado.

— Vou resolver isto agora mesmo! — Bradou para si, o esposo de Margarety — Hoje acaba a festa. 

Heitor, incomodado, viu a esposa trôpega passar ao lado dele, como se ele não existisse. O homem da casa, acompanhou a esposa até o quarto do casal e ela simplesmente capotou na cama.

No dia seguinte, ao cair na noite, a rotina segue normalmente, Margarety saiu de casa, ganhou as ruas, adentrou no beco escuro, estava se encontrando com homens casados e homens mais jovens. Mas naquela noite Heitor, a seguiu a esposa e só se arrependeu de não estar armado. Heitor, viu a esposa amada entrar em uma casa decrépita! Heitor derrubou a porta, com um forte chute. E, lá estava ela, despida com dois homens jovens.  

— Mulher suma da minha vida, suma! — Heitor gritou ao ver aquela cena dantesca.  

— Por que? Pense nos nossos filhos. — Margarety, ria alto a proferir estas palavras.

— Suma da minha vida mulher! E não volte mais para casa! Arrume um bom advogado, pois você vai precisar. — Gritou Heitor e virou as costas.  

Foi o momento mais difícil na vida de Heitor. Logo depois, foi preso e acusado de agredir Margarety e ainda descobriu que os filhos não eram dele. Lutou e amava as crianças e continua lutando. Heitor aceitou a vida alternativa de Margarety. Embriagada vez ou outra levava homens estranhos para dentro de casa. Nua, pervertida, psicopata, talvez!? Será!?

 Fragmento do livro: Duas lágrimas, duas vidas e dois sorrisosTexto e argumento de Fabiane Braga Lima, novelista, poetisa e contista em Rio Claro, São Paulo.

Texto e revisão de Samuel da Costa, novelista, poeta e contista em Itajaí, Santa Catarina. 

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