Paccelli M. Zahler (Brasília, DF)
A Sabedoria não reside em
altares
Nem em volumes densos, de capa
opulenta.
É um coração que escuta os
pesares,
Uma alma atenta, que a dor não
afugenta.
Não veste púrpura, nem tem
brilho vão
De quem pensa saber, mas
apenas repete.
É a calma firme após o
furacão,
Um olhar que entende o que o
silêncio promete.
No mosaico frágil de cada
ilusão que cai,
Desvela-se a fibra do ser, sua
essência crua.
Na curva do tempo, onde o
presságio trai,
A real riqueza que o tempo não
recusa.
É compasso lento de quem já
viu o abismo,
E voltou com a poeira fina nos
sapatos.
Sem a pose austera do
dogmatismo,
Acolhe as cores dos desacatos.
Aprender a dança do não saber
de cor,
É o cume sutil que a humildade
oferece.
Sentir a beleza em cada matiz
de dor,
E saber que a jornada jamais
fenece.
É fonte que sacia, não água
que se vende,
É rio que flui, ignorando o
decreto.
Luz que se acende quando o
olhar compreende
O sopro da vida em cada
imperfeito afeto.
Que sua busca seja o espelho
da paz,
Na arte de ser ponte, não
muralha de silêncio.
E que o saber maduro, que a
alma satisfaz,
Seja a melodia rara do seu
discernimento.
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