Por Samuel da Costa (Itajaí, SC)
Às vezes, tenho vontade de sair com os amigos,
Mas eu o amo, loucamente! Não, não teria
coragem.
Fico sentada esperando-o, para dormimos,
Logo depois, segura minha mão, beija-me
delicadamente.
Fabiane Braga Lima
— O que a senhora espera vendo aqui? — Dize o
corpulento homem negro, alto, de olhos negros vibrantes, vestido casualmente
com roupas leves, estava sentando em uma confortável poltrona. Aurora viu o
homem, sorveu um demorado e lento golpe em xícara de café.
— O quê? — A programadora de computadores, estava
desnorteada, com os olhos embaçados e sentiu dores no corpo, pequenas ondas de
choque se espalharam pelo corpo por inteiro. Aurora, olhou para as mãos
erguidas, uma segurava um pires com uma mão e uma xícara de café fumegante na
outra, pequenas explosões dores se expandiram. A programadora de computadores,
olhou para a xícara de café, então percebeu no aparelho de porcelana, pequenos
objetos metálicos se movendo de forma frenética. Eram minúsculos e sintético
insetos metalizados e reluzentes, voavam e se moviam em direção à borda a
xícara de café e cobriam-lhe das mãos, no pires e voavam no seu
entorno.
— Volto a dizer! O que a senhora espera encontrar
vendo aqui? — A voz metálica, ecoou na vacuidade do álgido espaço sideral e
atingiu Aurora, como uma explosão de uma supernova.
Aurora, foi acometida de ondas de dores de cabeça e fechou os olhos e os abriu
de forma abrupta. Em uma visão turva Aurora, a programadora de computadores,
viu na penumbra, a poucos centímetros a frente dela, um escuro estreito e
metálico corredor oval, para ela poderia ser o interior de um submarino. Tubos
metálicos, de diversas espessuras, tons de cores fortes e escuras. Embaixo de
um pequeno tubo, um minúsculo objeto em movimento, chamou a atenção de Aurora
que focou o olhar. Focou mais e mais, um inseto aracnídeo cristalino e
translúcido, à frente de um pequeno gotejar de líquido esverdeado. E o pequeno
inseto, com as duas patas dianteiras, expeliu fios transparentes, cobrindo o
vazamento. Com uma teia cor de cobre e um feixe de luz amarela soldou o
vazamento, a criatura subiu no cano e olhou para Aurora, o minúsculo inseto
mecatrônico urrou. O zunido obrigou a programadora de computadores a fechar os
olhos.
Aurora percebeu que estava presa em um tudo e envolta em um líquido amarelado
viscoso e opaco, que estava ligada a finos fios e pequenos eletrodos. A
programadora de computadores tentou se desvencilhar e não encontrou forças para
movimentar as mãos. O som de fortes passos, chamou a atenção de Aurora, era um
robô humanoide que passou na frente da programadora de computadores. O corpo
metálico, sem o exoesqueleto, partes mecânicas e as placas configuradas,
ficaram à mostra, a cabeça recoberta por um capuz e os braços e as costas por
uma espessa manta amarela esfarrapada. O robótico ser humanoide, de poucos
passos para trás, virou e olhou para a Aurora. Na face de cristal líquido
reluzente azulada, um delicado rosto feminino se formou.
— Ser digital em reprogramação, estágio um finalizado, iniciar fase dois! — A
voz sintética e gutural de Gaya aparou Aurora.
Os eletrodos se desvencilharam do corpo de Aurora, os fios
se recolheram, a programadora de computadores uma vez liberta, em um breve
vislumbre, olhou para os lados. Então, ela percebeu perfilados dos dois lados,
infinidades de tubos, com homens e mulheres encapsulados. Um alçapão se abriu e
Aurora foi lançada em abrupto ao fundo da cápsula.
Fragmento
do livro: Sono paradoxal, texto de Samuel da Costa, poeta, novelista e contista
em Itajaí, Santa Catarina.
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