Por Samuel da Costa (Itajaí, SC)
Na constituição metafísica
De todas as coisas universais
E não-coisas astrais existentes
Há o que é intangível
Há o que é imutável
E o que é inefável
E inevitável
As
três belas mulheres, estavam deitadas nas cadeiras cadeira tomar sol de
alumínio, eram jovens mulheres orientais, estavam de topless, em uma tarde
amena de outono. Estavam deitadas de costas, sorriam e falavam baixo em um
dialeto perdido do sudeste asiático. Estavam em uma enorme lancha luxuosa em
uma marina privativa.
— Sabes
qual é o maior temor dos filhos! — Disse uma voz no ponto de
ouvido para comunicação.
Ajustar a luneta para setecentos metros e recalcular a trajetória do disparo
foi feito de forma automática e eficiente.
— Repetir os erros dos seus progenitores e se transformar nos próprios pais,
minha querida! — A voz, agora um pouco mais humanizada, não tirou-lhe a
concentração.
Um homem adulto, teuto de olhos claros, apareceu na popa da lancha! Saiu da
cabine do capitão, com um charuto na boca! Carregava uma bandeja de prata, com
uma garrafa de champagne, imersa em um balde de gelo e quatro taças de cristal.
— O alvo identificado, o alvo está na mira? — A voz familiar de uma mulher
estava firme e clara aos ouvidos da militar de patente intermediária.
— Preciso de confirmação do alvo! — O sussurro ecoou na mata fechada! Insetos
zuniram e uma ave grasnou não muito longe dali.
— Otto! Estou lendo do roupão do elemento! — Disse a observadora, que assustou
o binóculo, calculou o vento, o balançar da embarcação e a trajetória da bala —
Sinal verde tenente.
O corpo sem vida de Otto, se projetou em cima das cadeiras
da cadeira tomar sol de alumínio. Os gritos desesperados das jovens orientais
tomaram conta do ambiente!
— Alvo
abatido! — Disse a voz da observadora.
A tenente, lentamente recolheu o tripé do rifle, desacoplou a luneta e o
silenciador da arma. Ficou estático, enquanto dois homens fortemente armados
saíram da cabine de capitão, apontavam as armas para o alto da morraria não
longe da embarcação. A tenente, esperou a major dar ordem de retirada, assim
que os seguranças baixaram as armas.
— Limpo! — Disse a major!
A tenente, dobrou o rifle automático, guardou no estojo, se levantou, se virou
e viu a major a poucos metros perto dela. Estava vestida com um uniforme
camuflado, vestida com coturnos e estava com a face colorida de verde! Se virou
e se deparou com a major na frente dela. Em uma visão espalhada, pois estavam
usando o mesmo uniforme e adereços, a tenente levou a mão na cintura e não
encontrou nada, estava desarmada.
— Mãe? — Disse a tenente assustada.
A major apontava uma pistola prateada, o som do disparo ecoou no ar e se perdeu
no infinito
Olhando para a frente as faixas amarelas se movimentavam com rapidez, e olhar
para e ver veículos com as suas luzes ligadas. Perceber que nas laterais da
estrada era revestido de uma mata rasteira em um cenário que não mudava. Uma
mulher de meia idade, indo para a velhice, usava uma jaqueta jeans surrada, com
gotas de sangue, óculos de sol nos olhos e um lenço vermelho cobrindo o resto.
— Sabes qual é o maior de todos os piores dos pesadelos? — Disse a motorista,
pisando na embreagem, mudando de marcha, para depois apertar um botão no
volante e pisando no acelerador. A caroneira percebe que estava com uma
submetralhadora no colo, olhou para o banco traseiro e viu um corpo sem vida
coberto de sangue. Era um adolescente, usava um boné vermelho na cabeça,
jaqueta jeans sem mangas, camisa branca e um lenço vermelho no pescoço.
— A realidade, dele ninguém pode fugir! — Respondeu a caroneira
O veículo acelerou mais e mais, deixando para trás os veículos da lei. Aurora
acordou, escutava pequenos ruídos, que ela não identificou. Na completa
escuridão do ambiente, a programadora de computadores clamou por luz.
Organizar na bancada de trabalho, as partituras para a apresentação da noite
seguinte, não era algo mais que corriqueiro, assim como separar cada
instrumento, primeiro a flauta transversal, depois o violino e as suas
respectivas partituras.
— Hora de pagar o que nos deve! — A voz alcançou a musicista como se fosse
uma sinfonia.
— Um inocente? — Perguntou a musicista, enquanto se vestia para a festa em sua
homenagem — Que tal tuas?
— Melhor ainda! — Responde aquela voz de mulher.
A Ascensão tinha lá os seus preços altos, era assim que muitos professores de
professoras de forma variada. E ascender das posições em orquestras e como
musicista de apoio em operetas baratas e casas de espetáculos suspeitas para o
estrelato, em um portentoso navio de cruzeiro cobrou um preço bem alto. Era um
espetáculo de vanguarda, que misturava os que há de clássico na música do velho
mundo, com ritmos latinos e africanos do novo mundo e elementos teatrais
modernos. Plateia seleta e muito rica! Vestido à moda masculina, cabelo negro
engomado, pinta no lado rosto, a musicista olho para o espelho e saiu da sua
cabine privativa. Algo bem longe dos quartos baratos e bairros pobres onde
viveu e do alojamento como dos outros artistas que a lhe faziam coro e músicos
e cantores de apoio.
— Eu renasci com os olhos de uma víbora e fiquei do tamanho de Deus! —
Cantarolou a musicista para si mesmo.
Saiu do camarote exclusivo e foi para a proa, caminhava tranquilamente e
caminhou e avistou quem a esperava. Uma mulher jovem loura eslava, de olhos
verdes vivos vestida elegante, carregava um bebê no colo envolto de uma manta
de lã de cordeiro. A jovem eslava, que divisava o horizonte, naquela noite
fria, ao fundo, os grasnares de aves marinhas que acabara de encontrar um
cardume de salmão e se banqueteavam. A jovem eslava, se virou ao ouvir os
passos da musicista, que sorriu para a mulher encostada na amurada da
embarcação, a eslava devolveu o sorriso. A musicista chegou em sentiu o doce
aroma floral, que emanava da outra, o eflúvio entorpeceu a musicista que ergueu
ambos os braços e empurrou a mulher eslava e o bebê.
— Seja bem vinda ao o sexto campo orbital — A
voz melodiosa de mulher soou familiar para Aurora.
A programadora de computadores percebeu que estava sentada, com os membros
presos.
— Segunda fase terminada, educação emocional digital,
terceira fase inicial! — Disse uma voz eletrônica na mente de Aurora.
Fragmento
do livro: Sono paradoxal, texto de Samuel da Costa, poeta, novelista e contista
em Itajaí, Santa Catarina.
Nenhum comentário:
Postar um comentário