Por Clarisse da Costa (Biguaçu, SC)
Passamos
por várias etapas da vida e cada uma delas fica com aquela saudade deixada. O
chinelo rasgado depois de correr ao brincar de pique esconde, o choro depois de
ralar o joelho…
A avó
sentada na cadeira de balanço, no rádio à pilha aquela antiga canção que fala
da vida campeira e no rádio do jovem sentado na calçada aquele rap no último
volume bem no início dos anos dourados do hip hop brasileiro.
São
tantas coisas… O tempo passa e algumas coisas vão ficando para trás. Eterno mesmo
é aquele famoso prato que quase toda casa humilde tem, caía no chão e não se
partia. Mas a memória tem o dom de resgatar muitas dessas coisas, aquele beijo
tímido, as figurinhas que vinham nas balas, a mãe mandando entrar na casa pois
já estava ficando noite...
Claro
que com a tecnologia e a nova era das mensagens instantâneas algumas coisas vão
perdendo sentido, como se tivessem saído de moda. Ainda eu ouço dizer que
cartas de amor são coisas de crianças, como se falar o que sente fosse algo
infantil, uma brincadeira de criança. Eu, sinceramente, vou ser criança a vida
inteira, então, escrever o que sinto faz parte da minha essência e amar acho
que vai ser a minha eterna sina!
E eu
nem ligo para o que está na modinha das rádios, eu ainda ouço músicas antigas,
espero receber cartas de amigos, danço mesmo que os joelhos não deixem e canto
mesmo que desafinada.
E digo
mais, não se espante se for a mesma música do Djavan. Envelhecer não significa
ter que parar de viver e fazer o que se gosta. Talvez eu esteja com o meu
cabelo branco lembrando das novelas antigas, falando que elas eram as melhores
e no filme da tarde vendo o filme "Lagoa Azul" com um gole do meu
café.
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