Por Elisa Augusta de Andrade Farina (Teófilo Otoni, MG)
Não possuo uma vida ideal,
pois para mim que a conceituo como a possibilidade em que se consegue uma paz
interior, vivendo a maior parte do tempo com serenidade, entra em distonia com
minha realidade existencial.
Para se conquistar uma vida
tranquila e equilibrada é essencial que você saiba como alcançar seus
objetivos. O real nunca aparece. E quando aparece, está maquiado, colorido
artificialmente por filtros ideais. O grande mal é quando se exercita o ideal,
nega-se a vida. Temos que fazer escolhas, mesmo que essas não tenham um
resultado satisfatório. O que não pode é deixar que os sonhos sejam
petrificados por convicções que não sejam nossas.
Quando idealizamos, habitamos
a dimensão do futuro e não enxergamos o mundo real que nos circunda. Acabamos
dessa maneira por ficar sem nada porque não há outra realidade além do que é
vivida aqui e agora.
Na minha visão não existe vida
ideal. É quimera. O que me impulsiona a buscá-la é a liberdade de ser eu mesma
e fazer uma desconstrução de tudo que representa minha vida que não me satisfaz
como deveria. É ter a coragem de ignorar tudo que é imputável e ter a
consciência de que minha felicidade dependerá da extensão da minha frustração
ou êxito da minha busca vital.
Desta forma para não me
perder, eu brinco de ser feliz e vou de tempos em tempos me reinventando,
sorrindo para exterminar a tristeza que teima em reinar e me tornar uma outra
pessoa que não me representa.
Quero deixar o fluxo da vida
fluir. Não posso resistir. Quero ser eu mesma com a intensidade que a vida se
apresenta a cada amanhecer. Já fui água, seiva, vegetal. Sou agora gota
trêmula, raiz exposta!
Quero ser água fluída e
cristalina sem limites, com a certeza a me guiar ao caudaloso curso do rio da
vida.
Sobre a autora: Presidente
da Academia de Letras de Teófilo Otoni e integrante da turma Lygia Fagundes
Telles do curso Vivenciando a Linguagem, Leitura e Escrita, da Árvore das
Letras (www.arvoredasletras.com.br).
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