Por Fabiane Braga Lima (Rio Claro, SP)
Lembro-me de Lia como se fosse hoje, aliás como
poderia me esquecer dela. Garota audaciosa, extrovertida sempre em festas. Como
se não bastasse namoradeira, e eu sempre junto, acompanhando-a. Bom, apesar de namoradeira,
ela nunca foi de beber em excesso, pois sabia que assim que amanhecesse teria
que trabalhar, responsável, nunca faltou ao trabalho. Lia trabalhava num
escritório de contabilidade, onde era muito querida pelos colegas de trabalho.
De repente, o telefone tocou, era Lia, ela me
convidando para mais uma balada, cansei em falar sim. Eu disse não, que não
iria, para a minha boa amiga, afinal éramos amigas há anos e para bons amigos
temos que dizer não às vezes. Disse ela ao telefone, que me apanharia na frente
da minha casa.
E meia hora depois lá estava ela, deslumbrante no
seu carro conversível, buzinando na frente da minha casa. Fui atende-la, e logo
estranhei, ela estava acompanhada, era um senhor vestido elegantemente. Logo de
cara percebi que estava namorado, pois eles estavam se beijando apaixonados
como se fossem dois adolescentes. Fui até ver mais de perto o que ocorria.
— Lia quem é esse senhor!? — Perguntei sem rodeios!
— Meu novo namorado! — Respondeu Lia — Ainda não
estás pronta? Sua tratante!
— Fica para a próxima amiga! — Olhei bem para ele,
deveria ter uns trinta anos a mais que Lia, sei que não seria fácil, pois
haveria muito preconceito. Nos despedimos, e vi a minha amiga descer a rua em
alta velocidade, rasgado o asfalto.
Fiquei feliz por Lia, afinal, no amor não existe
idade, raça, cor e nem religião o amor é simplesmente amor. Não foi à toa que
Adélia Prado disse que: "erótica é a alma".
Enganam-se aqueles que pensam que erótico é o
corpo. Cuide do seu interior, livre-se de falácias e preconceitos. Para o amor
não tem idade. Para o amor, basta amar...!
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