Por Leandro Bertoldo Silva (Padre Paraíso, MG)
Sabe aquelas histórias bem curtinhas que faz a
gente até pensar que é mentira? Pois é… Aqui vai uma!
Ah, eu me lembro, eu me lembro… Foi um alvoroço
naquela cidadezinha. Nunca havia acontecido um assalto, unzinho sequer para
contar história. E olha que história era o que mais existia no meio daquela
gente.
Mas naquela noite o falatório foi geral. Logo
que o sacristão abriu a igreja para a missa das oito, alguém gritou: Cadê o
Santo Antônio? Virgem Maria! O São Pedro também sumiu! E lá se foi o São João!
Socorro, Ave Maria! Foi você, Marinalva? Me respeita, seu Batista! Foi a
Emengarda! Queria se casar, levou o Santo Antônio e os outros pra padrinho.
E agora, São José?
No meio de toda aquela agitação um risinho se
ouviu. Para espanto de todo mundo, descia em azul do manto de Nossa Senhora a
própria Santa a mirar com um doce olhar o rosto de cada um.
— Como disse o poeta: “não entendo essa gente,
seu moço, fazendo alvoroço demais…” É festa junina, ora essa! Santo não tira
férias, mas também pode brincar, ou não pode?
Ao dizer isso, apontou para a praça da cidade
toda enfeitada com bandeirolas coloridas, barraquinhas e até pau de sebo. Lá,
bem no meio, estavam eles.
Que aquarela!
Quando oiei a fogueira,
Antônio, João e Pedro
brincavam nela…
Por que razão não há de poder os Santos pularem
as suas fogueiras?
É, pensando bem, não faz mal para ninguém.
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