Por Fabiane Braga Lima (Rio Claro, SP)
O suicídio da poesia!?
Reconheci meu erro, ainda estava em um sonho, ou em um
delírio que eu mesma deixei me levar, presa em um passado complexo cheio de
mentiras. Um absurdo que até uma criança poderia desvendar!!!
E eu, tentando fazer rimas, poemas, sangrando, derramando
lágrimas, assassinando a arte poética. Mas percebi o erro, toda aquela demência
que me levava a querer se suicidar, junto com a poesia.
Então, me libertei dessa insanidade de um passado que me
comprometia e me matava aos poucos, com lembranças tóxicas, nas quais esqueci
há muito tempo.
Silenciei a minha poesia e criei uma palavra nova chamada
(vida). Parei no tempo, mas me reinventei. Hoje, as minhas utopias são
carregadas de magia, onde lavo minha alma com prazer. Minha arte carrego
comigo!!!
A mais bela poesia
Minha escrita sem nexo, hoje grita
Há uma certa repetição de palavras
Poemas incoerentes, sem lucidez...
Palavras aglomeradas, infindas rimas.
Leio um livro, talvez tenha inspiração
Mas, a saudade me faz companhia
Sempre presente, me faz melancólica
Aonde se esconde...!?
Não lhe vejo!
Leal e afável. De repente, me deixou
Palavras belas, tua essência incógnita
Formoso, não sei!
Vasto de encanto...
Tento decifrar, não consigo, não lhe ouço
Preciso recomeçar, viver. Largo tua mão!
Cativou-me, seremos a mais bela poesia...
Deixei a porta semiaberta
É tão estranho o modo como te amo! Minhas lágrimas cessaram,
mas tive que ser forte, crescer, virar mulher. Machucou, e aqui estou de pé
refazendo a vida, inexplicável. Hoje, não sei como eu me refiz com a ausência.
A minha madrugada ficou vazia, sombria, árdua.
Todo este caos me consumiu, uma virou tatuagem em minh’alma,
reflexo no coração. Fechei a porta várias vezes, mas você sempre entrava. Na
verdade, era proposital, deixava semiaberta para que pudesse entrar.
Foi minha loucura, cura, incógnito amor! Meu mar imenso,
mistério, revelou instigantes segredos. Entreguei a minha melhor parte,
primícias. Não ouso desvendar seus mistérios, não quero mentir a porta ainda
encontra-se semiaberta.
Todo amargo da vida engoli, e a muito tempo refiz-me! Mas, ainda lhe sinto tocando em meu corpo nesse silêncio que nos rodeia. Hoje é diferente, não sinto carência nem aquele amor demasiado. Mas posso sentir me tocando- me...
Jornada
Madrugada chegou, silêncio no peito,
Mente oscila, atrita voz silenciosa,
Alma rasgando, grito calado de aflito
Saudade daquele amor antigo, amigo.
No oceano de lamuria, insônia castiga
Lembranças infindas ilusões, intrigas,
Lágrimas caem no rosto, sob’ desgosto,
Entrego, vivo, amo, universos opostos.
Nítido ver, quem n’alma chorou, sofreu
Calado esperar, o amor que aflorou, viveu
Do nada calou-se de amor padeceu!?
Não! Coração avisou, sofreu, revigorou,
Seguiu sua jornada, amou, não negou!
Hoje a alma silenciosa, vive, sobreviveu...!
Vida
Entreguei todo meu amor com respeito
Mas ventos fugazes chegaram, devastaram,
Levaram-te pra longe do meu peito,
Tantas lembranças, amor d’primavera.
Lembro- me, juras e juras, promessas
E, nesta vida árdua, vejo tudo complexo
Calo- me, pois nada sou, sou irresoluta
Na minha mente há verdades e mentiras.
Pensando bem, tudo tem um porém!
Posso ver beleza em pequenos detalhes
Tão perto, no amor indelével, no infinito.
Tenho um segredo, e digo sem medo!
No amor pela vida, na sutil dádiva divina,
Lá encontra-se a mais bela poesia........
***Vida
Verbo amar
Afasto, tenho medo, fato!
Às vezes decifro no íntimo,
Amor errante, pleno, amargo,
Tudo isso torna-se místico.
Se ao menos, quisesse amar
Paixão cresce, como apagar!?
Mas teus olhos negros, sereno,
Não consigo, tente aqui ficar.
Diz que nunca vai me deixar
Enlouqueço, por Deus, não vá,
Meu amor, veja, meu venerar,
Beija-me, diga que me deseja.
No teu corpo febril quero verseja,
Minh’alma lhe fez, o verbo amar!...
Desculpa-me
Desculpa! Mas não o amo...
Tenho cicatriz por dentro, doí
Desculpa! Mas não lhe quero,
Nem ao menos, querido, venero.
Não posso mentir, sempre amei.
Percebeu?! Em instantes perdeu!
Perdeu todo amor que lhe dei.
E uma mulher, forte, hoje, nasceu.
Tudo por orgulho, loucura talvez!
Minh’alma se alegra outra vez,
Recomeçou novos caminhos.
Esqueceu a dor, todo desamor.
Basta! Carregar essa sina, mentira,
Tenho metas, me esqueça, amor…!
Fabiane Braga Lima é cronista, contista e poetisa, em Rio
Claro, SP.
Contato: bragafabiane95@gmail.com
Moço faceiro
Prometo te dar afagos,
Com cálidos desejos
Recíproco amor, verdadeiro.
***
Prometo e amar
Agora e sempre
No nosso tempo atemporal
***
Chegue de mansinho, moço faceiro
Envolva-me nos seus ternos abraços
Não demore, venho agora, ligeiro
***
Dispo-te com os olhos meus
Dispo-te em pensamentos
Trago-te para o estro meus
***
Despido do mundo, não oscile,
Não me engane, entregue-se inteiro.
***
Dos passos que dou
No meu caminhar
Entre as estrelas
Trago-te junto a mim
Fabiane Braga Lima, Rio Claro, São Paulo e Samuel da Costa, Itajaí, Santa Catarina
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