quarta-feira, 1 de dezembro de 2021

FABIANE BRAGA LIMA ENTRE VERSOS E PROSAS

 Por Fabiane Braga Lima  (Rio Claro, SP)

 

Naquela noite

 

Naquela noite, não restava mais nada, a minha mente foi voltando ao normal, enxerguei a vida, não havia mais o medo de ficar presa no meu subconsciente. Fui enxergando aos poucos, onde tinha me perdido, fui me encontrando aos poucos. Deu uma vontade grande de chorar, quis voltar, mas não havia mais nada, apenas destroços e meus versos feitos nas madrugadas.   Como é triste, e dolorido saber que deixamos de viver por meras ilusões, como é triste saber que perdemos tempo, pois eu perdi. Nada faz sentido, é como um relógio empoeirado e quebrado, presa no tempo. E quando realmente acordei, não me lembrava de mais nada, precisava cuidar do meu psicológico. Naquela noite, não ouvia vozes, nas quais me perturbavam, não havia sombras do passado. Naquela noite, eu acordei e resolvi viver. Foi preciso a arte me esmagar para que eu pudesse sentir que tenho alma, e sede de vida...!

 

Enigma

 

Repugnante e sem razão, sou eu sem você. Então, surge do nada, dominada por este amor desmedido, me entrego. Encantada com seus mistérios, e seu jeito de me acalentar em teus braços, meu corpo o deseja.

De repente, todo desejo desaparece! Estou enlouquecendo, tu se tornaste um vício, preciso encontrar os desígnios da tua alma, e tua melhor parte! Mas, todo este sentimento é muito forte, fico eu intacta, como se estivéssemos entrelaçados, mas só escuto eco, apenas eco e mais nada.

No oculto! Sacia-me no silêncio, sinto minha pele arder por te querer, assim, desmedida. Profanação! Minha cura e loucura, mistérios da alma o grito intenso no silêncio!

Aquieto-me e penso: — Nem todas as verdades são para todos os ouvidos, nem todas as mentiras podem ser reconhecidas como tais.

           Desvendar te não ouso!


Silêncio


Hoje, silencio meus versos e rimas

Minha alma pede paz e necessita

Encontra-se ardendo, ânsia, fúria

Calo-me, pois preciso do silêncio

Inquieta escrevo e me descarrego

Tenho a sensação terrível do medo

Consome, toma-me como refém...

Sem direção e infindas incertezas.

Bendita inquietude que m’domina

Minha mente parece encarcerada

Sinto-me intacta, de mãos atadas.

Aquieto-me, pois o mundo grita

Chora de dor... maldita ganância

Esperança, loucura ou solução!?….


Preciso de paz


Havia areia em meus olhos, não enxergava

Limpei-os, tudo ficou nítido! Recolhi-me...

Foi melhor me livrar do talvez, da loucura...

Tudo me conduzia a insensatez, quero paz.

Preciso vencer demônios, preciso ser forte

Basta de incerteza de um passado obscuro

Escuridão, terrível desilusão que me cegou

Entreguei meu futuro, sonho, meu sorriso...

Hoje o dia resplandece, olho, se revigora...

Sempre, nasce um novo amor, transborda

Nossa essência, vivência, jamais morre….

Carrego o amor, abandono minhas aflições

Entrego- me ao presente, enterro o passado

Torturei- me sem sentido. Preciso de paz....!

***Preciso de paz


Labirinto do medo!!!

 

Não dá pra fingir que nada aconteceu

Ficou marcado dentro do meu coração

Noites geladas, triste, procurei não achei

Maldição, não passou de simples ilusão.

Meu coração incauto entrou em desatino

Por um amor que nunca se quer destinou

Debochou de quem amou, tanto venerou

Triste fim, apenas um romance qualquer.

Mas pensando bem! Sinto-me feliz

Pelo simples fato de ter virado mulher

De reencontrar-me. Há tempos me perdi.

Hoje! Não sei o que será de nós dois

Estávamos presos num labirinto do medo

Meu sangue escorreu. Maldição, ou amor!?...


Contato: bragafabiane95@gmail.com

 

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