sábado, 1 de janeiro de 2022

LUSOFONIA...

Mais que de repente, me assusto nas incertezas de que a língua que falo/escrevo tenha a ver com o mundo em que vivo. Eu já não sei! Pois moro no sul do Brasil e falo/penso/escrevo em português brasileiro, com um leve sotaque dos açores. Em uma cidade litorânea catarinense, onde indivíduos vindos do além-mar, há muito, resolveram por aqui aportar, bem perto do mar.                  

 Mas, isto já não interessa mais, pois hoje eu vivo em um mundo interligado/globalizado/informatizado, e já não sei mais quem realmente eu sou, e a minha realidade local já não me satisfaz.

Eu penso que nunca satisfez, pelo fato de ser afrodescendente e com o externo/interno estigma de também ser marginalizado na sociedade, por séculos e séculos de escravidão negra.

Talvez isto justifique certas coisas! Mas isto também não basta! Penso que nada basta, neste mundo agora tão pequeno e fugaz. Mundo artificial diluído nas telas de computadores.

Um mundo perdido, nas autoestradas pavimentadas por transcontinentais cabos de fibras ópticas submarinos! Quem sou neste dito mundo lusófono? Mundo que fala/escreve/pensa em português.

Ambiente que vive e fala portuguesa multicolorido, pois se banhou em outras culturas! Onde estão meus irmãos e irmãs que falam/escrevem/pensam a mesma língua?

 

Samuel da Costa é funcionário público e poeta em Itajaí, SC.

 

Contato: samueldeitajai@itajai@yahoo.com.br

 

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