Mais que de repente, me assusto nas incertezas de que a língua que falo/escrevo tenha a ver com o mundo em que vivo. Eu já não sei! Pois moro no sul do Brasil e falo/penso/escrevo em português brasileiro, com um leve sotaque dos açores. Em uma cidade litorânea catarinense, onde indivíduos vindos do além-mar, há muito, resolveram por aqui aportar, bem perto do mar.
Mas, isto já não interessa mais, pois hoje eu
vivo em um mundo interligado/globalizado/informatizado, e já não sei mais quem
realmente eu sou, e a minha realidade local já não me satisfaz.
Eu penso que nunca satisfez, pelo
fato de ser afrodescendente e com o externo/interno estigma de também ser
marginalizado na sociedade, por séculos e séculos de escravidão negra.
Talvez isto justifique certas
coisas! Mas isto também não basta! Penso que nada basta, neste mundo agora tão
pequeno e fugaz. Mundo artificial diluído nas telas de computadores.
Um mundo perdido, nas
autoestradas pavimentadas por transcontinentais cabos de fibras ópticas
submarinos! Quem sou neste dito mundo lusófono? Mundo que fala/escreve/pensa em
português.
Ambiente que vive e fala
portuguesa multicolorido, pois se banhou em outras culturas! Onde estão meus
irmãos e irmãs que falam/escrevem/pensam a mesma língua?
Samuel da Costa é funcionário
público e poeta em Itajaí, SC.
Contato:
samueldeitajai@itajai@yahoo.com.br
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