Para João Carlos Pereira
Parece que a teoria da relatividade foi feita
especialmente para aquele lugar. Onde o tempo parece ter vontade própria. Anda
de forma rápida quando quer andar. E, às vezes parece que paira no ar, de forma
mágica.
Quando Ademar caíra naquele local
o tempo andava de forma bem lenta. E ele não via a hora de ver seus entes queridos
novamente. E uma simples visita no cárcere onde sua irmã e amigas vieram
visitá-lo.
E, era para ser apenas mais uma
simples visita, não fosse Marcelo de Sousa Andrade, ou melhor, Marcelinho
Serra-Fita como era popularmente conhecido dentro e fora de prisão, ao vê-las
partirem, ele foi categórico ao dar a ordem para Ademar: — Chama elas de volta!
Chama agora! Marcelinho tinha o olhar vil de uma cobra.
A figura do guarda, fortemente
armado, postado na guarita de observação, que vigiava os encarcerados, parecia
uma figura folclórica, uma mera figura decorativa. Como também o carcereiro que
assistia aquela cena, sem nada fazer ou dizer alguma
coisa.
Para Ademar, o tempo que pairava
no ar, agora o sufocava, porque Marcelinho Serra-Fita, quem realmente mandava
naquele lugar de angústias e muitas dores. Resolveu, após algumas visitas
íntimas, oficializar o seu casamento com a irmã de Ademar. Uma união que Ademar
não sabia se comemorava ou maldizia.
Samuel da Costa é contista em
Itajaí, Santa Catarina
Contato:
samueldeitajai@yahoo.com.br
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