Por Fabiane Braga Lima (Rio Claro, SP) e Samuel da Costa (Itajaí, SC)
— Que garotinha birrenta.
— Pensei comigo mesma! Os dias passavam lentos, e eu sempre cuidando de Samanta
a filha do senhor Norton! Eu praticamente morava naquele serviço, ajudando a
criar aquela rebelde garotinha, desde que a mãe dela havia falecido no parto. Bom!
Acho que já tinha me apegado a menina, até dormíamos juntas, como se fossemos
mãe e filha. Até participava das reuniões e festas na escola preparatória da
pequena.
Tinha também pai do
senhor Norton! Sempre sentado em sua poltrona favorita, sempre lendo e sempre
calado. De olhar sereno e sedento, ao mesmo tempo, o velho senhor procurava
disfarçar sempre quando me olhava com os profundos olhos azuis piscina.
Já o dono da casa eu observava
a distância, mais que segura, e com certa curiosidade, ver aquele homem de meia
idade que pouco dizia. Ele fechado em si mesmo, e sempre sentado em seu
escritório. Ele sempre fazendo e refazendo balancetes, planejamentos, revisando
relatórios, dando poucos telefonemas e assinado ordens de serviço. Ou mesmo em
momentos mais agitado quando contratava diferentes buffets para pequenas festas
e fechadas recepções que dava em casa. Eventos reservados para celetos
clientes, poucos amigos e diretores da empresa. Norton trabalha em casa como se
queria evitar perguntas embaraçosas e para se agarrar a dolorosas memórias, de
quando saia para trabalhar e voltava tarde da noite quando a falecida esposa
dormir no sofá a espera dele. Em suma a culpa de não estar em casa com os seus
consumia aquele homem.
Certa noite, colocando a
pequena Samanta na cama para dormir, escuto senhor Norton a poucos passos atrás
de mim. Virei-me apreendida com o inusitado.
— Poderia arrumar o nó da
minha gravata? — Perguntou de forma seca e formal.
— É claro que sim senhor
Norton, é um prazer. — Ele me devolveu um olhar calmo é atrevido ao mesmo
tempo! O executivo estava seguro de si como sempre.
— Sabe Lia, nunca te
agradeci por estes anos de dedicação conosco.
Dei um nó de gravata
Windsor, ele ergueu os braços e acariciou minha nunca com um leve toque com as
costas da mão. Fixei o meu olhar nos olhos castanhos esverdeados dele, então eu
não pude resistir ao toque, Norton me envolveu intensamente. Ainda segurando
forte em minha nuca, puxou
meus cabelos com força,
me colocando, contra parede.
— Quero muito te fazer
mulher...deixa...! — As palavras se perderam no ar. Dominados pelo desejo subimos
as escadas sem nada dizer. No quarto vendeu meus olhos, tirou as minhas roupas,
me pegou no colo e jogou e me amarrou em na cama! Rendi-me completamente.
No permitíamos tudo,
desde os mais profanos atos de desejos, um amor que reprimíamos há anos. Nossos
corpos cada vez mais febris, e a insanidade de nossa mente. Ele sussurrava em
meu ouvido, infindos prazeres. Fui a serva submissa, amante fiel, mulher e ele
o meu homem, me tomava com força. Havia
muita paixão e o saboroso gosto do pecado. Luxúria!
E assim foram nossas
noites de intensa paixão e muito amor! Ele me abraçava, não conseguia descrever
o que sentia. Era uma viagem sem volta, ao paraíso, um eterno aconchego de
amor. Noites abraçadas e corpos colados! Daquela noite em diante, só tinha
olhos para ele. E quanto a garotinha Samanta, foi ficando menos rebele e
atenciosa com o pai.
Novamente houve uma festa
na casa de Norton... Então o dono casa cada me chamou.
— Lia, arrume o nó da
minha gravata?!
—Sempre!
Acariciando meu corpo
despido e excitado, me arrastou, ao seu quarto novamente... Nos amamos...
Fabiane Braga Lima é
poetisa e contista em Rio Claro, SP
Contato: bragalimafabiane@gmail.com
Samuel da Costa é poeta
contista em Itajaí, SC
Contato: samueldeitajai@yahoo.com.br
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