Por Clarisse da Costa (Biguaçu, SC)
Bom dia com o cheiro do melhor café e um dedinho de
prosa. O que me remete ao cotidiano e a coisas antigas do meu passado remoto.
Digamos que em 1996 estaria escrevendo essa prosa numa máquina de escrever e na
antena da minha TV teria uma palha de aço. Minha realidade.
Mais um passo à frente eu posso dizer que o amor era
apenas um coração desenhado e com versinhos bobos, mas tão sinceros, hoje é um
coração com espaços a serem preenchidos com as incertezas sobre o que é o amor.
A vizinha canta uma música sertaneja bem
apaixonada sem ter a noção do que é esse sentimento. Ou melhor, sem discernir o
amor da paixão. Eu como sempre sou uma
eterna amante. Amo por inteiro e às vezes esqueço das pauladas que posso levar.
Voltando a 1996, a máquina ficou sem tinta. Não durou
dois meses e não se vendem mais tintas. A guerreira vai pro ranchinho aqui de
casa. Cá entre nós, como é bem-vindo o
século XXI! No entanto, muitas coisas antigas continuam a existir. O velho
preconceito é um deles. A língua é até mais afiada que a sua. Fala feito
matraca! E eu sou a romântica incondicional do bairro, amar é o meu vício!
Amo sim. Quem nunca amou e teve esperanças de viver a
vida com esta pessoa?
Acho que vou quebrar muito a cara ainda até vir aquela
pessoa disposta a amar também. - Pensava muito assim. Agora parei. Já quebrei
muito cara, amanhã e depois vou quebrar mais o que?
É assim mesmo, dizem que quem tem amor de sobra para
dar só para quando o coração entra em acordo com a razão e diz chega de sofrer.
É capaz dela me dizer para ler um bom livro, e olha que em cima da cômoda tem
duas antologias boas para eu ler!
Bom dia, o café me espera e eu tenho muitas coisas
para fazer. E lá vem mais um Natal, é novembro, finado já passou. O tempo voa
mesmo. Como se o tempo fosse um pássaro rumo ao sul. Agora preciso ir. O tempo
passa e o relógio não falha.
Clarisse da Costa é cronista e poetisa em Biguaçu, SC.
Contato: clarissedacosta81@gmail.com
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