terça-feira, 1 de fevereiro de 2022

CATADORES DE MATERIAIS RECICLÁVEIS

 

Por Fabiane Braga Lima e Samuel da Costa

 

No ônibus que pego para ir ao serviço vejo sempre uma catadora de materiais recicláveis, e percebo que ninguém se senta perto dela. Há um certo descaso, um nojo repulsivo com aquela mulher!

Certo dia, resolvi segui-la pelas ruas, então ela pegou a sua carroça, fez as suas orações, entrou em alguns comércios, pediu licença e recebeu alguns recicláveis e foi catar algumas latinhas.  O dono de um restaurante reclamou e agressivo disse: — Basta! Suma daqui! Agora não volte mais.

E assim foi sua rotina da pobre mulher, ao anoitecer vai embora, ela passou em supermercado e comprou leite e pão para a família.

Ao sair do mercado, eu ofereci alguma ajuda, ela desconfiou de mim por alguns segundos. Ela ser consciente de quem é a onde está me ponderou sobre o fato do veto do governo ao auxílio emergencial neste tempo de pandemia da Covid-19. Ato que atingiu os mais pobres e principalmente os catadores de materiais recicláveis!

Perguntei se era casada! Ela entre olhos rasos d’água me disse: — Meu marido teve que amputar as pernas. Ela parecia uma senhora bem velha, mas ainda era jovem.

Historicamente, não existe ajuda do poder público para os mais pobres, e precisamos ser solidários e ajudá-los, juntando materiais recicláveis, sendo mais tolerantes.

Termino este relato com a fala da jovem senhora muito sofrida, que me olhando nos meus olhos me disse: —Eu espero ver dias melhores

Nos despedimos e ela foi embora sorrindo, mas chorando por dentro, pois seus filhos estavam esperando por ela, estavam esperando por comida...!

 

 

Texto, argumento e enredo de Fabiane Braga Lima de Rio claro, São Paulo.

Texto e revisão de Samuel da Costa de Itajaí, Santa Catarina.  

 

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